João Paulo II: 04/07/2001

PAPA JOÃO PAULO II
AUDIÊNCIA

Hoje celebramos a memória litúrgica do Beato Piergiorgio Frassati. O tenaz exemplo de fidelidade a Cristo, oferecido por este jovem Beato vos revigore, queridos rapazes e queridas jovens, no generoso propósito de dar testemunho do Evangelho em cada circunstância da vida. O Beato Piergiorgio Frassati vos ajude, estimados doentes, a oferecer os vossos sofrimentos quotidianos em comunhão com toda a Igreja, para que no mundo se realize a civilização do amor; e vos sustente, dilectos novos casais, na edificação da vossa família sobre o sólido fundamento da união íntima com Deus.

Quarta-feira 4 de julho de 2001

João Paulo II: 22/12/2000

Placa recordando a visita do papa João Paulo II ao cemitério de Pollone

PAPA JOÃO PAULO II

Nestes dias de Advento e no mistério do Natal sobressai a imagem silenciosa de Maria, Virgem fiel e Mãe cheia de carinhos. Nestes dias vós quisestes pensar n’Ela, ao oferecer-me um dom como recordação deste nosso encontro. Obrigado por me haverdes dado uma característica imagem de “Maria, Mãe dos Jovens”. Seja Ela, a Senhora, a acompanhar-vos e proteger-vos neste vosso itinerário espiritual e comunitário. Inspirai-vos n’Ela que, como insígnia do Concílio Vaticano II, é o modelo incomparável e perfeito da vida e da missão da Igreja, é a mãe que gera os cristãos e os conduz à perfeição da caridade (cf. Lumen gentium, 63-65).
Maria ajudar-vos-á a ser apóstolos de paz e a atingir o cume da santidade, como aconteceu a não poucos dos vossos coetâneos que vos precederam. Apraz-me aqui recordar, de modo singular, o beato Piergiorgio Frassati, um verdadeiro atleta de Deus, morto aos vinte e quatro anos, depois de uma vida de amor e de fé. Ele escrevia numa sua carta: “Com o amor semeia-se nos homens a paz, mas não a paz do mundo, a verdadeira paz que só a fé em Jesus Cristo pode dar”. Eis a paz que vós quereis e deveis construir sempre e em toda a parte.

22 de Dezembro de 2000

João Paulo II: 04/12/2000

JOÃO PAULO II
AUDIÊNCIA GERAL

Ao Fórum internacional da Acção Católica

Saúdo em primeiro lugar a vós, caríssimos Irmãos e Irmãs do Fórum internacional da Acção Católica, congregados nestes dias em assembleia aqui em Roma. Saúdo os Bispos presentes e os Presidentes nacionais congregados para a Assembleia. Dirijo um pensamento especial a D. Agostino Superbo, a quem agradeço as amáveis palavras que há pouco me dirigiu, fazendo-se intérprete dos sentimentos também dos demais participantes.

A vossa presença hoje aqui deseja ser um sinal de renovada fidelidade à Igreja e um compromisso a retomar com entusiasmo sempre maior o caminho da nova evangelização. A Acção Católica, assim como qualquer outro Grupo, Associação e Movimento eclesial, é chamada a ser uma autêntica escola de perfeição cristã. Ou seja, é chamada a ser aquele “laboratório da fé” que, como eu dizia aos jovens participantes na inesquecível Vigília de Oração em Tor Vergata, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, contribui para formar verdadeiros discípulos e apóstolos do Senhor. Caríssimos, continuai a aprofundar a vossa busca de Deus. Tende sempre a alma aberta para as grandes expectativas e desafios apostólicos do nosso tempo. Crescei num autêntico espírito eclesial, alimentado pelo estudo dos Documentos conciliares, cujo ensinamento permanece sempre muito actual. Sede fiéis às directrizes operativas que tive a ocasião de traçar na Exortação Apostólica pós-sinodal Christifideles laici. Assim, sereis uma riqueza cada vez maior para toda a Igreja a caminho do terceiro milénio cristão.

3. Remontando às fontes do Concílio Vaticano II, conseguireis captar com maior clareza as notas características da vossa Associação, de maneira particular a sua eclesialidade, secularidade e organicidade, na constante colaboração com os respectivos Pastores. Estas são as características essenciais que definem o rosto da Acção Católica, não obstante as diversificadas siglas e denominações, em inúmeras partes do mundo.

Se às vezes o passo das Comunidades em que trabalhais vos parece lento ou cansativo, não vos desencorajeis mas, pelo contrário, redobrai o vosso amor e esforço a fim de que, com a vossa santidade de vida e o vosso impulso apostólico, a imagem da Igreja seja cada vez mais esplêndida.

Nesta missão de humildes servidores da unidade do povo de Deus, inspirai-vos constantemente nos exemplos e ensinamentos dos Santos e dos Beatos que se formaram no âmbito da vossa Associação: penso de maneira especial nos Santos mártires mexicanos, nos Beatos Pier Giorgio Frassati, em Gianna Beretta Molla, em Pierina Morosini, em Antonia Mesina e ainda na Irmã Grabriela da Unidade.

Acompanhe-vos e proteja-vos Maria, a Virgem Imaculada, de quem, de forma muito especial, vos honrais, invocando-a como Mãe e Rainha da Acção Católica.

4 de Dezembro de 2000

PAPA JOÃO PAULO II

João Paulo II: 17/10/1999

JOÃO PAULO II
ANGELUS

O “Sino da Paz”
Acolho com afecto os “Meninos albaneses embaixadores de paz”, com os missionários e os educadores, e é-me grato benzer o “Sino da Paz”, realizado com os cartuxos recolhidos na região albanesa da Zadrima, e que será colocado na praça central de Tirana no dia 1 de Janeiro de 2000.
Saúdo, além disso, os membros da associação “Giovane Montagna”, os quais, no espírito do Beato Pier Giorgio Frassati, percorreram a pé um antigo “caminho dos peregrinos”, desde os Alpes até Roma.

Domingo, 17 de Outubro de 1999

PAPA JOÃO PAULO II

João Paulo II: 27/05/1999

MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II
AO ASSISTENTE-GERAL
DA ACÇÃO CATÓLICA ITALIANA

Ao venerado Irmão D. AGOSTINO SUPERBO
Assistente-Geral da Acção Católica Italiana

1. Por ocasião da VII Assembleia nacional do Movimento Eclesial de Compromisso Cultural (MEIC), que terá lugar em Assis nos próximos dias 28-30 de Maio, desejo transmitir-lhe, venerado Irmão, bem como ao Assistente Central, Mons. Pino Scabini, ao Presidente Nacional, Prof. Lorenzo Caselli, e aos demais participantes a minha afável e cordial saudação, juntamente com as expressões do meu apreço e encorajamento.
Com este importante encontro o MEIC – que na nova denominação reúne a benemérita tradição dos «Laureados católicos» e os ideais jamais esquecidos dos seus fundadores, o então D. Giovanni Battista Montini, sucessivamente Papa Paulo VI, de veneranda memória, e o Prof. Igino Righetti – interroga-se acerca do modo como exercer no limiar do novo Milénio e em continuidade com a sua história, uma responsabilidade cultural assumida como vocação de «caridade de inteligência».
A incessante aceleração dos ritmos da história, a crise das culturas, os desafios apresentados por algumas escolas de pensamento e por uma mentalidade que ignora cada vez mais a antropologia cristã exigem um renovado anúncio do Evangelho que, como recordava o meu venerado predecessor Paulo VI, consiste fundamentalmente em inserir a Palavra de Deus no círculo do debate humano (cf. Ecclesiam suam, AAS 56 [1964], pág. 664). A nova evangelização, urgente tarefa da Igreja contemporânea, compromete o MEIC no cuidado pela cultura, a fim de que esta seja vivificada pelo fermento do Evangelho, através da via do respeito da inteligência e da competência na investigação da verdade; do cultivo dos vários campos do saber, à luz da Revelação estudada com paixão; de uma participação incondicional nos propósitos essenciais da Igreja, em plena comunhão com os Pastores; do diálogo paciente e persuadido, em atitude de cordial abertura a cada um dos interlocutores. Este compromisso, que pode contar com a promissora presença dos jovens e a rica experiência de quantos desde há muito tempo fazem parte desta Associação, tem em vista em primeiro lugar suscitar a consciência de que são «pedras vivas» de um edifício espiritual maior, onde se podem saborear os frutos de reconciliação e de paz que o próximo ano jubilar celebra e, num certo sentido, antecipa (cf. 1 Pd 2, 5).
2. Na oportuna busca de novas abordagens culturais para melhor enfrentar os desafios do presente, é necessário que se conserve inalterada a finalidade da vossa Associação que, como tive ocasião de dizer no encontro de 16 de Janeiro de 1982, consiste em «pensar e promover a cultura em estreita conexão com a fé que professais, actuando uma verdadeira síntese entre a fé e a cultura. Esta é a vossa missão específica, à qual jamais vos podeis subtrair como homens de cultura ou como crentes, uma vez que tal síntese é exigência tanto da cultura como da fé» (Insegnamenti V/1, pp. 129-130).
Consequentemente, deve-se cultivar com particular cuidado o carácter eclesial laical que, além de qualificar a presença do MEIC nos modernos areópagos culturais e profissionais, garante a sua identidade de movimento de pessoas amadurecidas na fé, co-responsáveis pela obra de evangelização, em união de intenções com outras experiências eclesiais, especialmente com a Acção Católica Italiana. Quanto a isto, muito beneficiará o Movimento o assíduo contributo dos Assistentes eclesiásticos, sinal do ligame com o Bispo e o Magistério da Igreja.
Os propósitos e a identidade do MEIC encontrarão num estilo de vida arraigado no Evangelho e experimentado na investigação científica e no serviço aos irmãos, a mais excelsa garantia de autenticidade e a capacidade de valorizar o passado para se abrir corajosamente ao futuro.
Ao realizarem a sua precípua vocação, os membros do MEIC serão orientados e estimulados por inumeráveis testemunhas fiéis a Deus e ao homem, algumas das quais foram elevadas às honras dos altares: de São José Moscati aos Beatos Contardo Ferrini e Piergiorgio Frassati, do Servo de Deus Paulo VI a José Lazzari, Vico Necchi, Itália Mela, Vitório Bachelet e aos numerosos homens e mulheres que assumiram com seriedade este imperativo: «Assim como Aquele que vos chamou é santo, sede também vós santos em todas as vossas acções, pois está escrito: “Sereis santos porque Eu sou santo”» (1 Pd 1, 15-16).
3. Por conseguinte, o tema da VII Assembleia nacional, «Testemunho do Evangelho e estilos de vida. A responsabilidade do MEIC» adquire uma singular característica de actualidade.
Diante dos limites e dos riscos de uma complexidade fragmentada, de um eclipse da razão crítica, de uma crescen-te separação entre fé e razão, é necessário despender contínuos esforços de análise e de síntese do contributo, paciente e às vezes difícil, que o crente deve oferecer ao mundo da cultura. Este exige o conhecimento dos multíplices estilos de vida presentes no contexto actual, o contacto real com a sociedade e o confronto com os vários ambientes, culturas e situações. Esta tarefa deve ser assumida por pessoas que, não só a nível individual mas coralmente, tenham a capacidade de meditar, discernir e criar uma sintonia entre os diversificados pólos culturais, ajudando a cultura leiga a situar-se naquele horizonte genuíno que consente ao homem a suprema realização de si mesmo (cf. Fides et ratio, 107)
Interpretar as exigências da sociedade italiana, assumir as problemáticas mais radicais que inquietam as consciências e ao mesmo tempo apelam ao mistério de Deus, empenhar-se em criar o paciente equilíbrio que requer a «compenetração da cidade terrena e da cidade celeste», concebida na fé e destinada a consolidar a mesma vida civil, tornando-a mais humana (cf. Gaudium et spes, 40): eis a contribuição do MEIC para o Projecto cultural orientado em sentido cristão, promovido pela Igreja que está na Itália!
Para servir de maneira cada vez mais incisiva a Igreja e a cidade do homem, o MEIC é chamado a enriquecer a sua diaconia à verdade com as características da criatividade e do esforço de permanecer sempre na perspectiva sapiencial que leva à nascente vivificante: o Senhor Jesus, de quem promanam a verdade e a graça (cf. Jo 1, 17).
Desta forma, as Igrejas locais e a mesma Comunidade nacional poderão receber um significativo contributo em vista da promoção de uma nova cultura aberta aos grandes valores humanos e cristãos.
4. Formulo votos por que esta Assembleia constitua para o MEIC um momento de renovada fidelidade, de profícua investigação e de corajosa projectação, e que nesta perspectiva o iminente Grande Jubileu do Ano Santo 2000 seja para todos os seus aderentes uma ocasião para encontrar Cristo e, n’Ele, «o verdadeiro critério para avaliar a realidade temporal e qualquer projecto que procure tornar a vida do homem cada vez mais humana» (Incarnationis mysterium, 1).
Com estes bons votos, enquanto invoco a materna intercessão da Virgem Sede da Sabedoria, que ensina a interpretar a história à luz do amor sempre novo do Pai, de coração concedo-lhe, venerado Irmão, bem como aos Representantes do MEIC, aos participantes na Assembleia e ao inteiro Movimento a implorada Bênção Apostólica, portadora da luz e da benevolência divinas.

Vaticano, 27 de Maio de 1999.

PAPA JOÃO PAULO II

João Paulo II: 20/05/1990 (A beatificação)

Pier Giorgio Frassati, ajuda-nos a viver a esperança de um mundo melhor!

Toda a igreja viveu momentos de festa, na manhã de domingo 20 de maio, quando foi elevado às honras do altar, como novo Beato, um dos seus filhos proposto como modelo de vida cristã a todos os crentes mas, de modo especial, aos jovens. Trata-se da vida simples extraordinária de Pier Giorgio Frassati, reconhecida oficialmente pela Igreja com o solene rito de Beatificação, presidido por João Paulo II durante a concelebração eucarística na Praça de São Pedro.
O pedido oficial de Beatificação e a síntese biográfica do Servo de Deus, foram apresentados pelo Arcebispo de Turin, D. Giovanni Saldarini. Em seguida, o Santo Padre pronunciou a fórmula ritual de Beatificação, fixando o dia 04 de julho para o culto do Beato Frassati. Tendo sido descerrado o painel, colocado na fachada da Basílica Vaticana que representava o jovem Frassati como um alpinista, toda a assembléia aclamou este novo modelo de vida cristã. Foi então cantado o “Glória” e teve prosseguimento a Santa Missa.
Encontravam-se presentes na cerimônia o Excelentíssimo Presidente da República Italiana, acompanhado de outras autoridades do Governo, principalmente as que se sentem ligadas à Ação Católica, na qual Frassati se empenhou com tanto entusiasmo; alguns membros da família do novo Beato, entre os quais sua irmã, a senhora Luciana Frassati Gawronska que foi a grande promotora da causa da beatificação; vários Cardeais, Arcebispos e Bispos da Cúria Romana e das regiões do Piemonte, terra natal do novo Beato; os Membros do corpo Diplomático junto a Santa Sé; grande número de sacerdotes, religiosos e leigos, diretamente empenhados nos movimentos e organizações de apostolado leigo.
Após a leitura do Evangelho, o Santo Padre pronunciou a seguinte homilia:

“Eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro consolador… o Espírito da Verdade” (Jô 14,16).

No tempo pascal, à medida que nos aproximamos do Pentecostes, estas palavras tornam-se cada vez mais atuais.

Elas foram pronunciadas no Cenáculo por Jesus, na vigília da Paixão, enquanto se despedia dos Apóstolos. A sua partida – a partida do amado Mestre mediante a morte e a ressurreição – abre o caminho para outro consolador (Jo 16,7). Virá o Paráclito: virá graças precisamente à morte redentora de Cristo, que torna possível e inaugura a nova presença misericordiosa de Deus entre os homens.

O Espírito da Verdade, que o mundo não vê nem conhece, faz-se, porém, conhecer pelos apóstolos, “Porque há de habitar com eles e atuará neles” (Jo 14,17). E disto, no dia de Pentecostes, todos se tornarão testemunhas.

O pentecostes, todavia, é apenas início, porque o Espírito da Verdade vem para permanecer com a Igreja para sempre (Jo 14,16), no incessante renovar-se das gerações futuras. E então não só aos homens do seu tempo, mas a todos nós e aos nossos contemporâneos se dirigem as palavras do Apóstolo Pedro:
“Venerai Cristo Senhor nos vossos corações e estai sempre prontos a responder, a todo aquele que vos perguntar a razão da vossa esperança” (! Ped. 3,15).
No nosso século, Píer Giorgio Frassati, a quem em nome da Igreja eu tive a alegria de proclamar Beato, encarnou na própria vida estas palavras de São Pedro. O poder do Espírito da Verdade, unido à Cristo, tornou-o moderna testemunha da esperança, que provém do Evangelho, e da graça de salvação operante no coração do homem.
Deste modo, ele tornou-se a testemunha viva e o defensor corajoso desta esperança, em nome dos jovens cristãos do século XX.

A fé e a caridade, verdadeiras forças motrizes da sua existência, tornaram-no ativo e operoso no ambiente em que viveu, na família e na escola, na universidade e na sociedade; transformaram-no em alegre entusiasta apóstolo de Cristo, em apaixonado seguidor da sua mensagem e da sua caridade.

O segredo de seu zelo apostólico e de sua santidade deve ser buscado no itinerário ascético e espiritual por ele percorrido; na oração, na adoração perseverante, também noturna, do Santíssimo Sacramento, na sua sede da Palavra de Deus, perscrutada nos textos bíblicos; há serena aceitação das dificuldades da vida, mesmo familiares; na castidade vivida com disciplina alegre e sem comprometimentos; na predileção cotidiana pelo silêncio e pela “normalidade” da existência.
É precisamente nestes fatores que nos é dado descobrir a fonte profunda da sua vitalidade espiritual.

Com efeito, é por meio da Eucaristia que Cristo comunica o seu Espírito; é mediante a escuta de sua palavra que cresce a disponibilidade a acolher os outros, e é também través do abandono orante na vontade de Deus que amadurecem as grandes decisões da vida. Só adorando a Deus presente no próprio coração, o batizado pode responder àquele que lhe perguntar a razão da sua esperança. E o jovem Frassati sabe-o, experimenta-o, vive-o . Na sua existência fé funda-se com a caridade; sólido na fé e operante na caridade, porque a fé sem obras é morta (Tg. 2,20).

Certamente, a um olhar superficial, o estilo de Pier Giorgio, um jovem moderno cheio de vida, não apresenta grandes coisas extraordinárias. Mas precisamente esta é a originalidade das suas virtudes, que convida a refletir e impele à imitação.

Nele, a fé e os acontecimentos cotidianos fundem-se de maneira harmoniosa, tanto que a adesão ao Evangelho se traduz em atenção amorosa aos pobres e aos necessitados, num crescendo contínuo até aos últimos dias da doença que o levará à morte. O gosto do belo e da arte, a paixão pelo desporto e pela montanha, e a atenção aos problemas da sociedade não lhe impedem a relação constante com o absoluto.

Toda imersa no mistério de Deus e toda dedicada ao constante serviço ao próximo: Assim se pode resumira sua jornada terrena.

A sua vocação de leigo cristão realizava-se nos seus múltiplos empenhos associativos e políticos, numa sociedade em agitação, indiferente e às vezes hostil à Igreja. Com este espírito, Píer Giorgio soube dar impulso aos vários movimentos católicos, aos quais aderiu com entusiasmo, mas, sobretudo à Ação Católica, e também à FUCI, na qual encontrou verdadeiro treinamento de formação cristã e campos propícios para o seu apostolado. Na ação Católica ele viveu a vocação cristã, com alegria e orgulho e empenhou-se em amar Jesus e em divisar nele os irmãos que encontrava pelo caminho ou buscava nos lugares de sofrimento, da marginalização e do abandono, para fazer com que eles sentissem o calor da sua solidariedade humana e o conforto sobrenatural da sua fé em Cristo. Morreu jovem, ao término duma existência breve, mas, extraordinariamente rica de frutos espirituais, encaminhando-se para a verdadeira pátria a cantar os louvores a Deus.

A celebração de hoje convida todos nós a acolhermos a mensagem, que este jovem transmite aos homens do nosso tempo, sobretudo a vós, jovens, desejosos de oferecer um concreto tributo de renovação espiritual a este nosso mundo, que às vezes parece desagregar-se e definhar-se por falta de ideais.

Ele proclama, com o seu exemplo, que é bem aventurada a vida conduzida no Espírito de Cristo, Espírito das Bem-aventuranças, e que só aquele que se torna homem das Bem-aventuranças consegue comunicar aos irmãos o amor e a paz. Ele repete que verdadeiramente vale a pena sacrificar tudo para servir o senhor. Testemunha que a santidade é possível a todos e que só a revolução da caridade pode acender no coração dos homens a esperança de um futuro melhor.

Sim, quão magníficas são as obras do Senhor… “Aclamai ao Senhor toda a terra” Sl 65/66, 1-3).

Os versículos do Salmo, que ressoam na liturgia deste domingo, são como um eco vivo da alma do jovem Frassati. Sabe-se, de fato, quanto ele tenha amado o mundo criado por Deus!

“Vinde e vede as gestas de Deus” (Sl 65/66,5): também este é um convite que se recolhe da sua jovem alma e, de modo particular, se dirige aos jovens.
Admirável é Deus de suas Ações entre os homens. Admirável o seu agir em favor dos homens! É preciso que os olhos humanos – olhos jovens sensíveis – saibam admirar as obras de Deus, no mundo exterior e visível. É preciso que os olhos da alma saibam voltar-se deste mundo exterior e visível, para o mundo interior e invisível; e assim possam manifestar ao homem aquelas dimensões do espírito, nas quais se reflete a luz do verbo que ilumina todo o homem (Jo 1,9).

Nesta luz o espírito da verdade.

Eis o homem interior! E assim nos aparece Pier Giorgio Frassati. De fato, toda a sai vida parece resumir as palavras de Cristo, que encontramos no Evangelho de João: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; meu pai amá-lo-á e viremos a ele e faremos nele morada” (Jo 14,23).

Ele é o homem interior amado pelo Pai, porque muito amou!

Ele é também o homem do nosso século, homem moderno, o homem que tanto amou!

Porventura, não é o amor a coisa mais necessária ao nosso século XX, tanto no seu início como no seu fim? Porventura, não é verdadeiro que só permanece, sem nunca perder a sua validade: o fato de que amou?
Ele partiu jovem deste mundo, mas deixou um sinal no século inteiro, e não apenas neste nosso século. Ele partiu deste mundo, mas no poder pascal do seu batismo, pode repetir a todos, de modo particular às jovens gerações de hoje e de amanhã: “Vós ver-meeis, porque eu vivo e vós vivereis”(Jô 14,19). Estas palavras foram pronunciadas por Jesus Cristo, enquanto se despedida dos Apóstolos, antes de enfrentar a paixão. É-me grato reconhece-las dos lábios mesmos do novo Beato, como persuasivo convite a viver de Cristo, em Cristo. E é convite válido ainda agora, válido também hoje, sobretudo para os jovens de hoje. Válido para todos nós. Convite que nos foi deixado por Pier Giorgio Frassati.

* A beatificação ocorreu no dia 20 de maio de 1990, na praça São Pedro.

Uma Novena no Ano de São Paulo

Uma Novena no Ano de São Paulo

Relembrando o Beato Pier Giorgio Frassati

No seu 108º aniversário

Começa na sexta-feira do dia 28 de Março e termina no dia 4 de abril de 2009

Preparado pelo padre Thomas Rosica, C.S.B.

Salt and Light Catholic Television Network in Canada

Caro amigo,

Há uma falta de paz no mundo, que o tem distanciado de Deus, mas também há a falta de Caridade, que, isto é verdade, é o perfeito Amor. Talvez se todos nós escutássemos mais São Paulo as misérias humanas poderiam ser diminuídas.

Pier Giorgio

Trecho da carta escrita ao amigo, Marco Beltramo

15 de janeiro de 1925

Introdução

Beato Pier Giorgio Frassati: um seguidor do coração de São Paulo.

O que havia de tão único e especial no Beato Pier Giorgio Frassati? Ele nasceu em 1901, no começo do século passado em Turim, na Itália. O dia 4 de julho de 2008 marcou o 83 aniversário da entrada de Pier Giorgio Frassati na vida eterna. O dia 6 de abril de 2009 seria o seu 108 aniversário! Atlético, cheio de vida, sempre rodeado de amigos, a quem inspirava com sua vida, Pier Giorgio não escolheu o sacerdócio, preferindo dar testemunho do Evangelho como leigo. Ele nunca fundou uma ordem religiosa ou iniciou um novo movimento eclesial. Nunca liderou exércitos e nunca foi eleito para algum cargo público.

A morte veio mesmo antes que ele pudesse terminar a faculdade (a graduação veio-lhe postumamente, em 2001). Ele nunca teve chance de começar uma carreira; de fato, ele nem mesmo havia trabalhado para ter certeza de qual poderia ser a sua vocação para a vida. Ele foi simplesmente um jovem homem que era apaixonado pela sua família e pelos seus amigos, apaixonado pelas montanhas e pelo mar, mas, especialmente, apaixonado por Deus.

Durante a Jornada Mundial da Juventude, Pier Giorgio se tornou um especial patrono para os milhões de jovens ao redor do mundo. No último verão, na catedral de Sidney, os jovens do mundo inteiro aproximaram-se, em oração, do caixão mortuário que continha o corpo do Beato Pier Giorgio. Vamos considerar 3 expoentes da vida desse jovem Beato, cuja vida combinou, de um jeito notável, ativismo político, solidariedade, trabalho por justiça social, piedade e devoção, humanidade e bondade, santidade e ordinariedade, fé e vida.

1)  A vida de devoção de Pier Giorgio e o amor pela Eucaristia.

Pier Giorgio Frassati desenvolveu uma profunda vida espiritual; vida essa que ele nunca hesitou em partilhar com seus amigos. Seus amigos recordavam-se dele dizendo: “Viver sem uma fé, sem um patrimônio para defender, sem sustentar uma luta contínua pela verdade, não é viver, mas fingir que se vive”.

A Eucaristia e Nossa Senhora foram os dois polos da sua vida de oração. Ele sentiu uma forte e misteriosa necessidade de se aproximar do Santíssimo Sacramento. Ele seguiu o Senhor Sacramentado nas procissões, integrou entusiasmadamente Congressos Eucarísticos, mas, acima de tudo, ele amava passar longas horas em adoração noturna. Sua alegria era ainda maior quando ele conseguia trazer para diante do Santíssimo Sacramento seus amigos, os jovens que conhecia, os pobres, a quem dispensava tantos cuidados.

Sua vida espiritual, como a nossa, era baseada nos sacramentos. Ele, porém, ia muito além de simples “bater cartão” com os preceitos religiosos: na Missa Dominical, nas confissões obrigatórias antes do Natal e/ou da Páscoa e, talvez, as pequenas penitências de quaresma, como renunciar a doces, por exemplo. Sua vida de oração era a Comunhão diária, assim como seria para qualquer um que deseja ser santo. Ele foi um atleta e sabia muito bem o que precisava fazer para alcançar um objetivo – sabia que precisava disciplinar-se  a si mesmo por meio da vida quotidiana para tornar-se um campeão.

“…Eu vos recomendo, com toda a força da minha alma, para que se aproximem da Mesa Eucarística sempre que puderem. Alimentem-se desse Pão dos Anjos, de onde tirarão a força para lutar as batalhas internas, para combater as paixões e adversidades, porque Jesus Cristo prometeu àqueles que se alimentam com a Sagrada Eucaristia a Vida Eterna e as graças necessárias para obtê-la.

E quando tiverem se consumido totalmente por esse Fogo Eucarístico, então serão capazes de agradecer com maior consciência ao Senhor Deus, que vos tem chamado para ser parte de seu povo. Assim sentirão a paz que aqueles que são felizes segundo o mundo nunca experimentaram.

Porque a verdadeira felicidade, meus amigos jovens, não consiste nos prazeres do mundo e na antecipação das coisas, mas na paz de consciência, que só se tem quando se é puro no coração e na mente.”

Discurso de Pier Giorgio na ocasião da benção da bandeira, da qual era padrinho,da Juventude Católica de Pollone 29 de julho de 1923

Essas palavras demonstram a extraordinária maturidade espiritual e o amor pela Eucaristia, especialmente considerando o fato de que tais jovens – a quem Frassati dirigiu o discurso acima – estavam procurando por ele quando tinha apenas 22 anos de idade.

(2) O respeito de Pier Giorgio pela vida e o senso de justiça:

Na sua própria vida e na sua época, Pier Giorgio lidou com algumas das nossas questões contemporâneas. Seu amor por Deus e seu tremendo senso de solidariedade humana o mantinha entrelaçado aos pobres, aos necessitados, aos doentes, aos famintos, aos sem-teto. Frassati tinha um grande respeito pela vida humana: durante toda sua vida, do começo ao fim. Ele sempre lutou pela vida onde quer que ela esteja sendo desrespeitada e ameaçada.

Com 17 anos, em 1918, ele passou a fazer parte da Sociedade São Vicente de Paula e dedicou muito de seu tempo extra para servir aos doentes e necessitados, cuidando dos órfãos, assistindo aos desempregados inválidos que voltavam da I Grande Guerra. Com o pouco que tinha, Pier Giorgio ajudava os pobres, usando, inclusive, o seu dinheiro do bonde para caridade, precisando muitas vezes correr para não se atrasar para hora da refeição.  Os pobres e sofredores foram seus mestres e ele foi literalmente seu servo, o que considerava um privilégio. Freqüentemente ele sacrificava as férias na casa de verão dos Frassati, em Pollone, porque, como dizia, “Se todos deixam Turim, quem vai cuidar dos pobres?”

Pier Giorgio amava os pobres. Não era somente uma questão de dar algo para os solitários, pobres, doentes, mas, ao contrário, dar ele mesmo ao próximo. Ele via Jesus neles e, a um amigo que lhe perguntou se ele podia suportar entrar em lugares sujos e fétidos onde os pobres viviam, ele respondeu: “Lembre-se sempre que é a Jesus que você vai: eu vejo uma luz especial nos doentes, pobres, desafortunados, que nós não temos.

Num discurso aos membros da “Juventude Católica” de Pollone, Pedro Jorge exortou seus colegas com estas palavras:

“O Apostolo São Paulo diz, “A Caridade de Cristo precisa de nós”, e sem esse fogo, que vagarosamente destrói nossa personalidade, de maneira que nosso coração passa a bater apenas para o sofrimento do próximo, não poderiam ser Cristão, muito menos Católico. Por fim, há o apostolado da persuasão. Esse é um dos mais bonitos e necessários. Meus amigos aproximem-se dos seus colegas no trabalho que vive distante da Igreja e usam seu tempo livre em vícios, na em passa-tempos saudáveis. Convençam-nos esses desafortunados a seguirem os caminhos de Deus, cheio de espinhos, mas também com muitas rosas. Se não considerarmos esses dons como os mais elevados e se não tivermos o espírito de sacrifício, não seremos bons Católicos. Temos que sacrificar tudo por tudo, realmente a nossa vida inteira vida pela fé.”

Escondido por trás da figura exterior de um jovem sorridente e descontraído havia a maravilhosa vida mística. O amor por Jesus motivava suas ações.

3)  O sofrimento e a morte de Pier Giorgio.

Um pouco antes de receber seu diploma universitário de engenheiro minerário, Pier Giorgio contraiu poliomielite, doença que os médicos demoraram a diagnosticar. Sua doença não foi compreendida. Seus pais, que estavam totalmente envolvidos com a agonia, morte e enterro de sua avó, nem mesmo suspeitaram que Pier Giorgio estivesse paralisado. Dois dias antes do fim da agonia de Pier Giorgio, sua mãe ainda o criticou por não receber sua ajuda nos momentos que precisava dele.

Nem mesmo naqueles desesperados dias finais Pier Giorgio esqueceu seus amigos mais próximos, os pobres. Enquanto estava no seu leito de morte ele quis o seu material de assistência usual lhe fosse trazido. Era sexta-feira, o dia que visitava os pobres. Em 3 de julho de 1925, um dia antes de sua morte, com suas mãos já paralisadas pela doença, Pier Giorgio pediu à irmã Luciana para pegar o pequeno pacote na sua jaqueta e, com as mãos trêmulas, ele escreveu o seguinte bilhete a Grimaldi: “Aqui estão as injeções para Converso. A apólice é de Zapa. Eu havia me esquecido: renove-a na minha conta”.

Nós sabemos que Pier Giorgio desejava tanto ver Jesus que costumava dizer: “O dia da minha morte será o mais belo da minha vida”. O sacrifício de Pier Giorgio foi consumado às 19 horas de 4 de julho de 1925.  Seu funeral foi um triunfo. As ruas de Turim foram preenchidas com filas e filas de uma multidão de desconhecidos para sua família: sacerdotes e estudantes, e os pobres e necessitados a quem ele havia servido sem egoísmo por 7 anos.

Deus deu a Pier Giorgio todos os atributos externos que poderiam conduzi-lo a decisões ruins: uma família rica, uma aparência bela, maturidade, saúde, o único herdeiro de uma família poderosa. Pier Giorgio, porém, ouviu ao convite de Cristo: Vinde e segui-me”. Ele antecipou, por ao menos 50 anos, o entendimento da Igreja e a nova direção na vida laical.

Na beatificação de Frassati, na Praça de São Pedro no dia 20 de maio de 1990, o papa João Paulo II descreveu Pier Giorgio como o “Homem das oito Bem-aventuranças” e disse em sua homilia:

“Pelo seu exemplo, Pier Giorgio proclamou que a vida vivida no Espírito de Cristo, o Espírito das Bem-Aventuranças, é abençoada e que apenas a pessoa que se torna bem-aventurada pode conseguir transmitir o amor e paz aos demais. Ele repete que é realmente válido renunciar a tudo para servir a Deus. Ele testemunha que a santidade é possível a todos e que apenas a revolução da caridade pode incendiar a esperança de um futuro melhor no coração das pessoas… Ele deixou este mundo muito jovem, mas ele marcou profundamente nosso século inteiro, e não apenas nosso próprio século”.

Oração de abertura (para todos os nove dias):

Senhor, nosso Deus, vós escolhestes o Apóstolo Paulo para nos trazer a Boa Nova da salvação.

Preencha toda a terra com a Fé que ele levou a tantos povos e nações; possa a sua Igreja continuar a crescer.

Vós também chamastes um jovem alpinista de Turim, Pier Giorgio Frassati, para viver as Bem-aventuranças e para viver alegremente o Evangelho da Graça e da Caridade no seu dia-a-dia.

Pela intercessão de São Paulo e pelo exemplo de Pier Giorgio Frassati, ajude-nos a iluminar o mundo com o fogo da fé, da esperança e da caridade. Nós vos pedimos pelo Nosso Senhor Jesus Cristo, que convosco vive e Reina com o Espírito Santo. Amém.

Ao final de cada dia, leia este texto da Carta de São Paulo aos Romanos10: 9-18 e medite sobre a vida do Beato Pier Giorgio Frassati.

Questione a si mesmo: “Como eu ouço a Palavra de Deus?

Como a testemunho para o mundo com minha vida? A quem o Senhor me envia?

Como eles podem ouvir sem ninguém para pregar?

Como os pregadores podem pregar a não ser que sejam enviados?

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 10:9-18

“Se, com tua boca, confessas que Jesus é o Senhor e se, em teu coração, crês que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Com efeito, crer no próprio coração conduz à justiça, e confessor com a própria boca conduz à salvação. Pois a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido. Assim, não há diferença entre judeu e grego: todos tem o mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam. Com efeito, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

Ora, como o invocariam sem terem crido nele? E como creriam nele, sem o terem ouvido? E como o ouviriam, se ninguém o proclama? E como proclamá-lo, sem ser enviado? Por isso está escrito: Como são belos os pés daqueles que anunciam boas novas! Mas nem todos obedeceram ao Evangelho. Isaías diz, com efeito: Senhor, quem acreditou em nossa pregação? Assim a fé vem da pregação, e a pregação é o anúncio da palavra de Cristo. Eu pergunto então: Não teriam eles ouvido? Como não? “Por toda terra ressoou a sua voz, e a suas palavras, até as extremidades do mundo”.

Leitura das Escrituras para cada dia, seguidas de uma ação concreta.

Dia 1: Para os descrentes: ITm 2:1-6

Ação: Reze três dezenas do rosário para os que não acreditam em Deus.

Dia 2: Por nossos irmãos e irmãs Judeus: Rm 1:16-17

Ação: Memorize seu Salmo favortio.

Dia 3: Pela Unidade dos Cristão: Fl 2:1-4

Ação: Leia cuidadosamente o Capítulo 13 da I Carta de São Paulo aos Coríntios.

Dia 4: Àqueles que abandonaram a prática da Fé: Hb 10:19-25

Ação: Escreva uma carta para um parente ou amigo que abandonou a fé.

Dia 5: Pela libertação dos dependentes químicos: Gl 5:13-26

Ação: Procure se comunicar com alguém que esteja tentando libertar-se do vício.

Dia 6: Pelos nossos entes queridos falecidos que partiram na Fé: ITs 4:13-18

Ação: Leia uma das mensagens de João Paulo II nas Jornadas Mundiais da Juventude.

Dia 7: Pelo Espírito de Humanitarismo: 1Tm 6:11-19

Ação:Um ato de gentileza para com o seu próximo.:

Dia 8: Pela perseverança nos tempos de tribulação: Rm: 8:28-39

Ação: Aproximar-se de alguém que esteja enfrentando dificuldades ou em estado de ansiedade.

Dia 9: Para um maior Amor pela Eucaristia: 1Cor 11:23-29

Ação: receber a Santa Comunhão pedindo a Pier Giorgio a conversão da sua alma.

Faça as seguintes intercessões:

Beato Pier Giorgio, ajude-nos a fazer o nosso melhor para os corações simples, atenciosos às necessidades dos outros, e a fundamentar nossas amizades num pacto que não conhece fronteiras físicas nem limites temporais: a união na oração. Se não soubermos o caminho ou mesmo se nós abandonamos freqüentemente nossas metas, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Se, por sermos superficiais, não colocamos nas nossas mochilas tudo o que necessitamos para a escalada da vida; se nós nunca levantamos nossos olhares para a meta, porque não queremos levar a sérios os passos necessários para tomar a decisão certa, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Se nos falta força para ultrapassar as piores dificuldades, e, mesmo quando temos força, mas preferimos usá-la para mudar de direção, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Se nunca paramos para alimentarmo-nos do Pão da Vida Eterna, e se quando não satisfazemos nossa sede nas fontes da oração, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Quando não sabemos como contemplar os dons que recebemos e quando nós não sabemos como oferecer nós mesmos aos outros, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Se nós temos cometido muitos pecados, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Se nós perdemos a esperança, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Obrigado, Beato Pier Giorgio, por ter escutado as palavras de Jesus e feito delas as suas próprias palavras. Esteja conosco nessa grande expedição ao céu. Rogai por nós, Pier Giorgio Frassati. Mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu! Ensine-nos como ser santos para a Igreja e para o mundo!

Concluir com a oração do Pai Nosso e as palavras de São Paulo:

Efésios capitulo 3 versiculos 14-21

SUPLICA PARA COMPREENDER O AMOR DE JESUS CRISTO

Por esta causa dobro os joelhos em presença do PAI,ao qual deve a sua existência toda familia no céu e na terra,para que vos conceda,segundo seu glorioso tesouro,que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior.Que CRISTO habite pela Fé em vossos

corações,arraigados e consolidados na caridade,a fim de que possais,com todos os cristãos,compreender qual seja a largura,o comprimento,a altura e a profundidade,isto é,conhecer a caridade de CRISTO,que desafia todo conhecimento,e sejais cheios de toda plenitude de DEUS.

Aquele que,pela virtude que opera em nós pode fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou entendemos,a ele seja dada glória na igreja,e em CRISTO JESUS,por todas as gerações de eternidade.

Pier Giorgio sobre São Paulo

Querido amigo,

…como Católicos, nós temos um amor que transcende todos os outros amores e, ao qual, depois do amor devido a Deus, é imensamente belo – assim como nossa religião é bela. Esse amor tem por advogado o Apóstolo, que o pregou diariamente em todas suas cartas para os vários fiéis. Esse amor é a caridade, sem a qual, diz São Paulo, todas as outras virtudes são inválidas. A Caridade realmente pode servir de guia e direção por toda nossa vida, como um programa completo. Esse programa, com a Graça de Deus, deve ser nosso objetivo. À primeira vista viver a Caridade pode nos chocar porque, apesar de ser um belo plano, é verdadeiramente difícil, cheio de espinhos e sem muitas rosas; mas nós confiamos na Divina Providencia e na Sua Misericórdia.

-De uma carta do beato Pier Giorgio ao amigo Isidoro Bonini –  06  março 1925

Tradução: Rafael Tanigucci

Excerto da Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis – Bento XVI

CONCLUSÃO

94. Queridos irmãos e irmãs, a Eucaristia é a raiz de toda forma de santidade, e cada um de nós é chamado à plenitude da vida no Espírito Santo. Quantos santos têm avançado no caminho da perfeição, graças à sua devoção eucarística! A partir de Santo Inácio de Antioquia a Santo Agostinho, de Santo António Abade de São Bento, de São Francisco de Assis de Santo Thomas Aquino, de Santa Clara de Assis a Santa Catarina de Siena, de São Pascoal Baylon de São Pedro Julian Eymard, de Santo Afonso de Ligório ao Beato Charles de Foucauld, de São João Maria Vianney de Santa Teresa de Lisieux, de São Pio de Pietrelcina à beata Teresa de Calcutá, a partir do beato Píer Giorgio Frassati a beata Ivan Mertz, para mencionar apenas alguns, tem encontrado sua santidade no sacramento da Eucaristia “.

Adoração Eucarística

Canto inicial (à escolha).
Dirigente: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Todos: Amém.
Dirigente: Pier Giorgio desejava tanto ver Jesus que dizia: “O dia de minha morte será o dia mais belo da minha vida”, mas, no entanto, sentia uma necessidade urgente de estar sempre próximo ao Santíssimo Sacramento. Pier Giorgio acompanhava o Santíssimo nas procissões e, também, participava com entusiasmo dos Congressos Eucarísticos. Mas, sobretudo, amava passar longas horas em adoração noturna; a alegria de Pier  Giorgio era igualmente grande quando conseguia trazer, aos pés de Jesus Eucarístico, os seus amigos, os jovens, os pobres que assistia, etc.

Leitor 1: Relata um padre sacramentino; “Era no ano de 1920, numa noite de adoração noturna, na nossa Igreja de Santa Maria de Piazza, na cidade de Turim, eram já passadas as 23h. Pier Giorgio devia ter uns 23 anos.  Eu apenas tinha entrado no coro para minha hora de adoração quando, repentinamente, ouvi a campainha e fui abrir a porta para ver do que se tratava. Qual não foi minha consoladora surpresa quando me vi diante de um belo jovem, que eu não conhecia, que me disse que viera para fazer a sua adoração… Fiz observar ao meu gentil interlocutor que naquela noite não havia adoração para os jovens, mas somente para os religiosos. Eu o exortei para que retornasse à sua casa antes que a hora ficasse ainda mais tarde do que estava. O  meu conselho não deteve o generoso jovem mas, com voz suplicante, insistiu que eu o deixasse entrar, pois ele faria sua adoração por si mesmo sem atrapalhar os nossos religiosos. Minhas justas observações de nada valeram, e suas doces insistências foram tais que acabei por contentá-lo. Feliz pela vitória alcançada, se dirigiu para a igreja”.

Leitor 2: “Entrou no presbitério e fazendo uma profunda prostração, ajoelhou-se em um dos genuflexórios do coro da Igreja. Durante a hora que eu passei em sua companhia, fui grandemente edificado pelo seu exemplar comportamento, e pude notar todas as santas maneiras que ele usava para se manter acordado, apesar das insistências do sono e do cansaço: às vezes se levantava, às vezes lia, às vezes recitava o rosário e assim passou toda a noite, até às 4h da manhã, hora em que pediu e recebeu a santa Comunhão. Ainda depois disso, ficou uma hora em Ação de Graças. Às 5h, quando a igreja se abriu para o público, ele saiu tranqüilamente”.

Leitor 1: Da mensagem do Papa João Paulo II para a XIX Jornada Mundial da Juventude:
Caros jovens, […] como o jovem rico do Evangelho, procurem também vós a Jesus para lhe perguntar: “Que coisa devo fazer para ter a vida eterna?” (Mc 10, 17). O evangelista Marcos especifica que Jesus o olhou e o amou: […] o aspecto mais sublime da dignidade do homem está propriamente na sua vocação de se comunicar com Deus nessa profunda troca de olhares que transforma a vida. Para ver Jesus é preciso antes de tudo deixar-se olhar por ele: […] Procurem, de todos as maneiras, produzir esse encontro, olhando Jesus que vos procura apaixonadamente

Leitor 2: Leitura do livro do profeta Isaias (Is 43, 1-7)
“Mas, agora, assim fala o Senhor que te criou Jacó, que te formou Israel: Não tenhas medo, pois eu te resgatei, te chamei pelo nome, tu és meu. Se passares através das águas, estarei contigo, através dos rios, não te submergirão. Se caminhares no meio do fogo não serás queimado e a chama não te calcinará mais, no meio de ti, pois eu, o Senhor, eu sou teu Deus, o Santo de Israel, teu Salvador. Eu dei o Egito em resgate de ti, Kush e Sebá em troca de ti, pelo fato de valeres muito aos meus olhos, de teres peso e de eu te amar; dou, pois, homens em troca de ti, populações em troca de sua pessoa. Porque és preciso aos meus olhos, porque és digno de estima e eu te amo”.

SILÊNCIO
Leitor: Terça feira, 30 de junho de 1925. Só quatro dias separam Pier Giorgio da morte; todos os seus gestos já estão imersos em uma dimensão nova: a eternidade.
Diz sua irmã,Luciana:  

“Passavam das onze horas quando, subindo lentamente as escadas, entrou no pequeno cômodo alugado do seu amigo chamado Franz Masseti. Tinha os olhos tristes e os lábios tensos de dor: os poucos passos percorridos o haviam cansado mortalmente e precisou sentar rapidamente. Ele era apenas a sombra do Pier Giorgio que tinha escalado o Monte Monviso e a Grivola [grandes montanhas nas proximidades de Turim], caminhado por dias inteiros pelas montanhas. “Tenho comigo um livro de Santa Catarina”, disse ao amigo, procurando nos bolsos o único livro que conseguia ler naqueles dias, talvez a única coisa capaz de o  consolar: “Vou ler uma página para você” e  recordou o dia divino em que foi concedido à Santa Catarina um encontro com o Redentor. Quando fechou o livro, o seu olhar transformado pela enfermidade e pelo sofrimento se havia transformado cintilantemente pela alegria daquela sublime meditação. Ao passo que o amigo o olhava sem entender, Pier Giorgio comentou: “Que riqueza teve Santa Catarina de ver Jesus sobre esta terra! ”. Silenciou um momento, e depois respondeu: “Eu a invejo”.

Todos:
“Espírito Santo, vinde ao meu coração. Dai-me caridade e temor. Guardai-me, Cristo, de todo mau pensamento; aquecei-me e inflamei-me pelo teu Santíssimo Amor. Sim, que toda aflição me pareça ligeira. Meu Santo Pai e meu doce Senhor. Ajudai-me em todas as minhas necessidades. Cristo amor. Cristo amor. Amém”.
Santa Catarina de Sena
Dirigente: “Queremos ver Jesus”, pedem os gregos ao apóstolo Filipe, “Queremos ver Jesus” grita a humanidade ferida pelo pecado. “Queremos ver Jesus”, esperam e imploram, do purgatório, os jovens que em vida não conseguiram seguir o conselho de Pier Giorgio: “Creio que a vida deve ser uma preparação contínua para a outra, porque não se sabe nunca o dia e a hora de nossa morte”. Queremos ver Jesus esta noite, seguros de que o olhar de nosso amigo Bem-Aventurado, fixo na luz do Criador, nos acompanha e nos sustenta na contemplação.

CANTO DE EXPOSIÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
Hino “Adoro te devote” ou “Tão Sublime Sacramento” de São Tomás de Aquino.

Dirigente: Como algo que o amor produz rapidamente, eu te adoro, ó Deus, que se esconde e verdadeiramente dá-se a nós, imortalizado nestes símbolos.
Todos: O coração se submete inteiramente a Ti, que és tão grande e vence tudo com sua força penetrante.

Dirigente: Se me deixo guiar por aquilo que vejo, que toco, que degusto, eu caio no engano. Eu posso somente desenvolver minha escuta: mas isto basta para dar segurança à minha fé.
Todos: Tudo aquilo que o Filho de Deus disse, eu o creio: nada é mais verdadeiro do que Suas palavras de verdade.
Dirigente: Ó memorial da morte do Senhor! Ó Pão Vivo, que dá continuamente vida ao homem! Dá-me uma graça: que minha alma viva de Ti, e sempre tenha gosto por Ti, sendo assim agradecida.

Todos: Estou olhando-te, Jesus, que estás atrás desse véu. Estou sedento e lhe faço uma oração: Ensina-me a vivenciar o teu Amor. Que a minha vida seja uma constante benção para todos. Que eu possa sentir que nunca estou sozinho nesta estrada, Tu caminhas comigo.

Leitor: Da Encíclica de João Paulo II: Ecclesia de Eucharistia
            Contemplar o rosto de Cristo, e contemplá-lo com Maria, é o “programa” que propus à Igreja na aurora do terceiro milênio, convidando-a a criar raízes no grande mar da história com o entusiasmo da nova evangelização.

Dirigente: Peçamos a Pier Giorgio para interceder por nós, para que os nossos olhos sejam dignos de elevar-se mais alto para última salvação – junto com a Virgem Maria, para a qual nos voltamos com aquelas mesmas palavras que ele usava, sendo um jovem universitário.
[Pier Giorgio escreveu e pregou na porta do seu quarto estes versos do “Paraíso” de Dante, nas quais São Bernardo intercede junto à Virgem para que seja concedida a graça de ver Deus]

Todos:
(recite-se este texto lentamente para favorecer a meditação)
“Ó Virgem Mãe, filha do Filho teu,
humilde e mais sublime criatura,
pedra angular do desígnio do Céu;

tu foste aquela que a humana Natura
assim enobreceu, que o seu Feitor
não desdenhou de assumir sua figura.
Reacende-se no ventre do teu Amor,
por cujo alento, na eterna bonança,

germinou aqui esta divina Flor.
Raio és que um Sol merídio lança
de caridade e, entre os mortais, na Terra,
és a perene fonte da esperança.
Tal é teu império que, por certo, erra

quem busca Graça, e a ti não recorre,
como a voar sem asas quem se aferra.
Não só a benignidade tua socorre
a quem a implora, mas, por tua vontade,
antes rogo, muita vez, já ocorre.

Em ti misericórdia, em ti piedade,
em ti grandeza; é em ti que se consuma
quanto haja uma criatura de bondade.
Ora, este que dá ínfima pra suma

situação do Universo olhando vem
vidas espirituais, de uma em uma,
a Graça pede a ti de que também
a virtude dos olhos seus levantes,
por subir à visão do Sumo Bem.

E eu que por minha vista nunca antes,
que ora por sua, mais ardi, toda prece
te oferto, e espero que sejam bastantes
pra que da névoa ele se desempece
da humanidade sua, rogo que guarde sãos, após tanta visão, os afetos seus.

Leitor: Da Encíclica de João Paulo II: Ecclesia de Eucharistia
Contemplar Cristo implica saber reconhecê-lo onde quer que ele se manifeste, nas suas múltiplas presenças, mas, sobretudo, no Sacramento vivo do Seu corpo e do Seu sangue.

PRIMEIRO MOMENTO:
Queremos ver a presença de Jesus na beleza das criaturas

Leitor:
Em 6 de agosto de 1923 Pier Giorgio escreveu a Marco Beltramo:
“Eu deixei meu coração sobre as montanhas com a esperança de reencontrá-lo neste verão, fazendo a escalada do Monte Branco. A cada dia que passa me apaixono mais e mais pelas montanhas, e gostaria, se meus estudos me permitissem, de passar dias inteiros sobre as montanhas a contemplar, naquele ar puro, a Grandeza do Criador”.
Dirigente: Não era segredo pra ninguém que Pier Giorgio tinha no coração o “desejo da luz do sol, de ir sempre mais Para o Alto, de ir encontrar Deus nos cumes das montanhas”. Percebemos um mistério em Frassati como se ele estivesse recebendo olhares do céu, como se ele aprendesse a viver uma pureza através dos montes não contaminados cheios de neve, como se retirasse uma força corajosa das rochas montanhesas. Não é segredo que na criação se esconde o rosto invisível e maravilhoso do Criador. Entretanto, permanece ainda um mistério a ser meditado na imensidão das estrelas e na sabedoria dos astros, no eterno revezamento das estações, no dom de um Deus que nasce no mundo para fazer com que o homem possa se encontrar com o Seu olhar de amor.

Leitor:
Do testemunho de Carlos Amodei, companheiro de excursões de Pier Giorgio:
“Falava como um apóstolo da suprema beleza sobre a subida que fazia nas montanhas. Uma noite, no albergue em Turim, quando saí para o pátio, nos chegou aos olhos a luz da lua que estava grande sobre o Monte Branco ao fundo. Naquele sublime espetáculo que estava diante de nós, somente ele soube recordar da Grandeza do Senhor, Criador do céu e da terra para quem Pier Giorgio  costumava dirigir os cantos do seu entusiasmo”.

Cântico das criaturas de São Francisco de Assis
Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
Teus são o louvor, a glória, a honra
E toda a benção

Só a ti Altíssimo são devidos;
E homem algum é digno
De te mencionar
Louvado sejas, meu Senhor,

Com todas as tuas criaturas,
Especialmente o Senhor irmão Sol,
Que clareia o dia
E com sua luz nos alumia.
E ele é belo e radiante

Com grande esplendor.
De ti, Altíssimo, é a imagem
Cantar refrão de “Louvado Seja”
Louvado sejas, meu Senhor,

Pela irmã Lua e as Estrelas,
Que no céu formastes claras
E preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Vento,

Pelo ar, ou nublado
Ou sereno, e todo o tempo,
Pelo qual às tuas criaturas dás sustento
Cantar refrão de “Louvado Seja”
Louvado sejas, meu Senhor,

Pela irmã Água,
Que é mui útil e humilde
E preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor,

Pelo irmão Fogo.
Pelo qual iluminas a noite.
E ele é belo e alegre
E vigoroso e forte.
Cantar refrão de “Louvado Seja”

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa mãe Terra,
Que nos sustenta e governa
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.
Louvado sejas, meu Senhor,

Pelos que perdoam por teu amor,
E suportam as enfermidades e tribulações.
Bem Aventurados os que sustentam a Paz,
Que por ti, Altíssimo, serão coroados.
Cantar refrão de “Louvado Seja”

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.
Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar

Conforme à tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!
Louvai e bendizei a meu Senhor,
E dai-lhe graças,

e servi-o com grande humildade.
Oração silenciosa de adoração:
(Que possamos exprimir com simplicidade a nossa gratidão ao Senhor por tudo aquilo que foi criado! Pedindo-Lhe que nos dê o mesmo entusiasmo com o qual Pier Giorgio ajudava aos fracos e aos cansados a vencer seus obstáculos, comparando esse esporte praticado por ele à nossa ascensão espiritual: “Quanto mais alto nós formos, mais sentiremos a voz de Cristo”)

Dirigente: Do alto se pode admirar a beleza da criação e a grandeza do seu Criador. Do alto, todas as coisas aparecem distintas, porque  estão sendo observadas de uma nova perspectiva, mais próxima da Verdade. Assim, se invertem muitos das coisas que julgamos como importantes e fazem parecer grande e infinito aquilo que antes parecia ser pequeno e inútil. Pier Giorgio, o homem das oito bem-aventuranças, foi visto olhando o mundo por esta perspectiva:
Leitura do Evangelho de Mateus:
“Ao ver as multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se, e seus discípulos aproximaram-se dele. E, tomando a palavra, ele os ensinava:

“Bem Aventurado os pobres de coração: deles é o Reino dos Céus.
Bem Aventurados os mansos: seu quinhão será a terra.
Bem Aventurados os que choram: eles serão consolados.
Bem Aventurados os que têm fome e sede de justiça: eles serão saciados.

Bem Aventurados os misericordiosos: eles alcançarão misericórdia.
Bem Aventurados os puros de coração: eles verão a Deus.
Bem Aventurados os que agem em prol da paz: eles serão chamados filhos de Deus.
Bem Aventurados os perseguidos por causa da justiça: deles é o Reino dos céus.

Bem Aventurados sois vós quando vos insultam, vos perseguem e mentindo dizem contra voz toda a espécie de mal por minha causa. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque grande é a vossa recompensa nos céus “.”.
Canto “Sobre as asas da águia” ou o salmo 18 recitado
“Os céus narram a glória de Deus,

O firmamento proclama a obra de suas mãos.
O dia transmite a mensagem ao dia,
E a noite a faz conhecer à noite.
Não é o discurso, não há palavras,

Não se lhes ouve a voz.
Sua harmonia se estende sobre a terra,
E sua linguagem, até as extremidades do mundo.
Lá, Deus armou uma tenda para o sol,
Qual jovem esposo saindo do seu quarto,

Um campeão feliz por trilhar seu percurso.
Ele surge de uma extremidade do céu,
E desce da outra,
Nada escapa ao seu calor”.

 

 

SEGUNDO MOMENTO:
Queremos ver Jesus nos pobres
Da mensagem de João Paulo II para a XIX Jornada Mundial da Juventude
Caros amigos, se vocês aprenderem a descobrir Jesus na Eucaristia, vocês também saberão descobri-Lo nos vossos irmãos e irmãs e, em particular, nos mais pobres. A Eucaristia recebida com amor e adorada com fervor torna-se escola de liberdade e de caridade para realizar o mandamento do amor. Jesus nos fala a maravilhosa linguagem do Seu dom e do amor até o sacrifício da própria vida. É um discurso fácil? Não!

Dirigente:      
A um amigo que perguntava como ele fazia para entrar em nos cortiços fétidos, Pier Giorgio respondia:
“Recorde-se que você está indo em direção de Cristo: Jesus não disse: ‘cada vez que fizerem estas coisas a um só desses meus pequeninos irmãos, o terão feito a mim’? Em torno do doente, do miserável, em torno do desfavorecido, eu posso ver uma luz particular, uma luz que não temos em nós”.

É pobre aquele que não tem bens materiais, mas também é pobre aquele que não consegue ver além das aparências, quem não entende, quem não ama.Nenhum tipo de pobreza escapa aos olhos de Pier Giorgio. Ela sabia reconhecer a pobreza com precisão porque podia ver o brilho da luz de Jesus. Por isso ele chegava a dizer:
Jesus me visita todas as manhãs na comunhão e eu o restituo do modo miserável que eu posso: visitando os pobres”.

SILÊNCIO
Todos: “Ambicionai os dons melhores! E eu vou indicar-vos um caminho infinitamente superior”.
Todos: A caridade é paciente
Leitor: Depois de uma cansativa excursão, enquanto os outros amigos mortos pelo cansaço descansavam, Pier Giorgio pôs-se a engraxar suas botas de alpinista: uma tarefa que sabia fazer muito bem. Pouco a pouco, seus pés ficaram amontoados com as botas de seus amigos. Pier Giorgio recebeu, com estrondosa alegria, todo par de botinas que lhe caía aos pés. Cantando, engraxou todas elas.

(Opcional)
Todos os meses Pier Giorgio levava à Igreja Nossa Senhora da Paz, os assistidos da conferencia Vicentina para se confessarem e, no dia seguinte, os levava novamente para comungarem. Dizia em voz alta todas as orações do rito. Era comovente ver aquele jovem sendo seguido por famílias inteiras (Dom João Barberis).
Todos: A caridade é bondosa

Leitor: O porteiro do Instituto Social ficou profundamente comovido pela delicadeza de Pier Giorgio que em uma manhã lhe disse: “Amanhã é aniversário da morte de seu filho: eu me recordarei dele na Comunhão”.
Todos: A caridade não tem inveja

Leitor: Escreve Pier Giorgio ao seu amigo Marco Beltramo:
Eu devo agradecer a Deus todos os dias porque me deu amigos tão bons que formam para mim uma direção preciosa por toda minha vida”.
Todos: A caridade não é orgulhosa

Leitor: Nós nos dirigíamos juntos para visitar os leprosos do Hospital de São Lázaro. Um dia, encontramos um rapaz de vinte anos com o rosto deformado pela lepra […]Pier Giorgio disse-me: “Veja que grande valor poder viver com saúde como nós vivemos”. E, depois de um tempo, completou: “Também as deformações daquele jovem desaparecerão quando em alguns anos ele alcançar o Paraíso. Por isso, nossa saúde deve estar a serviço de quem não a tem, pois, de outra forma, nós seríamos infiéis ao mesmo dom de Deus e à Sua benevolência”.

Todos: A caridade não é arrogante
Leitor: Uma noite Pier Giorgio voltou para casa muito tarde, por ter ficado junto com um de seus doentes. Seu pai criticou-o severamente, perguntando-lhe porque não tinha telefonado para avisar sobre a demora… Ele respondeu com grande simplicidade: “Onde eu estava não havia telefone”.
Todos: A caridade não falta com respeito

Leitor: Antonio Cairola recorda sobre as férias que passou com os amigos e Pier Giorgio:
“Uma dia eu cheguei muito tarde no quarto e tentei, em vão, não fazer barulho para que ele não acordasse. Depois que me desculpei, ele me disse: “Você fez muito bem. Eu esqueci-me de rezar o Rosário: vamos rezar juntos”. Descendo da cama, ajoelhou-se no chão e nos colocamos a rezar. Não pude lhe negar o convite, já que estava admirado por sua extrema delicadeza de apóstolo, pela sua cortesia no falar, por ele estar seguro de que eu rezaria um segundo Rosário.

Todos: A caridade não procura o próprio interesse
Leitor: Conta uma assistente do Politécnico onde Pier Giorgio estudava:
“Eu era rígida com os estudantes e concedia licença das atividades só por razões graves. Uma vez, a razão que Pier Giorgio me alegou para obter licença foi de precisar fazer uma mudança urgente para uma de suas numerosas famílias que tinha sido despejada. Não pude resistir ao seu pedido”.

Todos: A caridade não irrita
Leitor: “Durante o congresso do Partido Popular de Turim em 1923 […] enquanto estava em vibrante discussão com dom Sturzo, vi Pier Giorgio trabalhando com afinco entre o palco e a platéia, distribuindo aos manifestantes daquela movimentada reunião vespertina, convites coloridos para que todos se dirigissem à Adoração Noturna na Igreja de Santa Maria de Piazza. Aquela noite serena e sublime em tantas discussões políticas pareceu-me realmente celestial” (Mons. G. Cavallo).

Todos: A caridade não guarda rancor      
Leitor: Comentou Pier Giorgio, sem ressentimento, quando viu um companheiro de universidade que passeava pelas ruas de Turim todo bem vestido, a quem havia emprestado dinheiro para que ele comprasse livros:
“Olhe ali as minhas mil liras que foram para o espaço!”
Todos: A caridade não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade

Leitor: Recorda Jacinto Zaqueu, um conhecido de Pier Giorgio :
“A injustiça o fazia rugir de indignação, e quem viveu o período do nosso movimento operário, sabe que Pier Giorgio sempre estava presente às nossas reuniões e encontros, em que nós defendíamos os nossos direitos de operário. Ele sempre dizia palavras fraternas e afetuosas com paixão apostólica. Para nós operários, ele era um irmão”.

Todos: A caridade jamais acabará
Leitor: ”Era sexta feira, dia de sua visita aos pobres da conferência vicentina. Da cama, onde a morte lhe deixaria ficar apenas mais 24 horas, Pier Giorgio estava imobilizado pela poliomelite. Mas recordou – se dos seus pobres: pediu à sua irmã para retirar dos bolsos de sua jaqueta alguns objetos para que fossem entregues ao amigo que deveria lhe acompanhar. Com a letra frágil e trêmula, como a sua vida estava naquele momento, escreveu estas duas linhas: “Aqui estão as injeções de Converso. O seguro é de Sappa: eu tinha me esquecido. Renove-as na minha conta “. Foi sua última preocupação: os pobres.

Oração Silenciosa de Adoração:
(Que possamos exprimir ao Senhor, o nosso pedido de perdão por todas as vezes que não lhe retribuímos na pessoa do pobre, no sofredor, a visita que Ele vem nos fazer na Eucaristia).
Dirigente:
Da mensagem de João Paulo II para a XIX Jornada Mundial da Juventude

 […] “Porque amar não é somente um sentimento; é um ato de vontade que consiste no preferir, de maneira constante, o bem dos outros ao invés do próprio: ‘Ninguém tem um amor maior do que este: dar a vida pelos próprios amigos’ (Jo 15,13) […] Não fiquem surpresos de, durante o vosso caminho, encontrarem a Cruz”.

Leitor: Pier Giorgio escreve a Isidoro Bonini, seu amigo, depois de ter renunciado a qualquer tentativa de namoro com Laura, a quem amava profundamente:
Eu deixei de ficar batendo na mesma tecla dessa situação tão amarga… Eu estive nas montanhas com ela tantas vezes… Nas minhas lutas internas me perguntava: porque eu deveria estar triste? Eu deveria sofrer e suportar de má vontade este sacrifício? Será que eu talvez tenha perdido a fé? Não, graças a Deus, a minha Fé é suficientemente firme. Por isso, aprofundemos e reforcemos a Fé, que é a nossa única Alegria com a qual alguém pode ser pago neste mundo.

Todo sacrifício vale pela Fé: e mesmo porque, como católicos, nós temos um amor que supera todos os outros. Depois daquele amor que é devido a Deus, esse amor humano é imensamente belo, como é bela a nossa religião… A caridade sem a qual, diz São Paulo, nenhuma outra virtude é valida.

            A Caridade sim pode ser uma guia, uma orientação para toda a vida. E por isso, o meu projeto de vida está nisto: transformar aquela simpatia natural que eu tinha por Laura e que não foi possível levar até o fim, com a luz da Caridade, num respeitoso vínculo da intensa amizade cristã. Talvez você poderá me dizer que é loucura superar isso, mas se você rezar um pouco por mim, em pouco tempo eu chegarei ao meu objetivo.

            Aqui está o meu projeto de vida, que eu espero alcançar  com a Graça de Deus, mesmo que me custe o sacrifício da vida terrena, mas isso pouco importa” (6 de março de 1925).
Dirigente:       De toda a cruz, um dom infinito, de todo sofrimento um milagre de amor. Peçamos ao Senhor a confiança e a força com a qual Pier Giorgio, no sofrimento, podia afirmar como nesta carta a Isidoro Bonini:

“Nessa luta de hoje, eu não posso deixar de agradecer a Deus que, na Sua Misericórdia Infinita, quis conceder ao meu coração esta dor a fim de que através dos árduos espinhos eu retornasse a uma vida mais interiorizada e mais espiritual. Até agora eu estava muito fixado em coisas materiais. Agora eu preciso retemperar o espírito para que a cada dia, de hoje em diante, seja uma nova batalha para combater e uma nova vitória para conquistar” (6 de março de 1925).
Maravilhados, Redescobriremos os frutos infinitos de todos os sacrifícios, do valor inestimável de toda cruz levada com coragem junto a Jesus.

Leitor: Da Encíclica de João Paulo II: Ecclesia de Eucharistia
O Senhor Jesus, na noite em que foi traído instituiu o Sacrifício eucarístico do Seu corpo e do Seu sangue (I Cor 11,23). As palavras do apóstolo Paulo nos contam a circunstância dramática na qual nasce a Eucaristia. A Eucaristia traz em Si indelevelmente a inscrição da paixão e da morte do Senhor. Não é só a evocação, mas a representação sacramental. É o sacrifício da Cruz que se perpetua nos séculos.

Canto
TERCEIRO MOMENTO
Queremos ver Jesus no Sacramento vivo do seu corpo e do seu sangue
Dirigente: Aquela Luz particular que Pier Giorgio consegue ver de longe nos pobres é oculta e misteriosa. Mas como Pier Giorgio, pode reconhecê-la quem já contemplou essa Luz em um esplendor mais intenso durante as noites de adoração: na alva luz da Eucaristia o coração puro de Pier Giorgio soube reconhecer o rosto de Cristo.

Leitor: Do discurso de Pier Giorgio aos jovens da cidade de Pollone:
Eu os exorto, com todas as forças, a se aproximarem, o máximo possível, do Banquete Eucarístico: alimentem-se do Pão dos Anjos e obtenham deste Pão a força para combater as lutas contra as paixões e contra todas as adversidades, porque Jesus Cristo prometeu, àqueles que se alimentam da Santíssima Eucaristia, a Vida Eterna e as Graças necessárias para obtê-la. E quando estiverem totalmente consumados do fogo Eucarístico, então vocês poderão agradecer conscientemente ao Senhor Deus, que os chamou a fazer parte do grupo de seus eleitos e, assim, gozarão daquela paz, que os que se consideram felizes pelo mundo nunca provaram. Isto porque a verdadeira felicidade, ou juventude, não consiste nos prazeres do mundo e nas coisas terrenas, mas na paz de consciência que se obtém somente quando se é puro de coração e de mente”.

Oração em silêncio.
Leitor: “Não era necessário se voltar durante a adoração para saber que Pier Giorgio estava entrando na igreja: ele tinha um jeito de andar todo seu. Caminhava direto até o Santíssimo Sacramento que estava exposto e, depois, se colocava de joelhos, permanecendo ali por um período de três Ave Marias antes de ir até seu banco”.

Todos: Dá-nos, Senhor, a força do Testemunho, o fervor da Fé, a ternura pela Sua presença, o entusiasmo pelo Seu amor.
Kyrie Eleison (Cantado)
Leitor: Do testemunho de Dom Tomás Castanho:

“Recordo-me bem de Pier Giorgio na catedral de Turim, durante uma noite de adoração: estava ajoelhado sobre o pavimento, cercado de outros jovens que iam e retornavam da comunhão. A cera derretida caía dos candelabros sobre sua roupa e parecia que não estava lhe acontecendo nada, de tão concentrado que estava, absorto na oração. Então, eu compreendi o que era a comunhão para ele, a vida Eucarística”.
Todos: Daí-nos, Senhor, um olhar límpido para contemplar a beleza do Seu rosto, a vontade firme de penetrar no seu mistério, um coração livre dos pesos do pecado para nos deixar arrebatar pelo cândido esplendor da Sua Eucaristia.

Kyrie Eleison (Cantado)
Leitor: “Durante algumas vigílias eucarísticas o rosto de Pier Giorgio se transfigurava de alegria e consolação ao ver centenas de jovens se aproximando da comunhão”.
Todos: Dai-nos Senhor, um coração sempre atento às necessidades dos outros e concede-nos amizades e afetos fundamentados sobre aquele “vínculo que não conhece limites terrenos nem limites temporais: a união na oração”.

Kyrie Eleison (cantado)
Oração Silenciosa de Adoração
Que possamos exprimir com simplicidade o nosso amor pelo Senhor, pedindo-lhe que nos faça reviver a Graça que ele concedeu a Pier Giorgio durante as suas adorações, das quais os testemunhos afirmam: “Que rapaz são, firme, de cor de bronze, de olhos límpidos como água pura, ao Banquete da Vida ficava com beleza impressionante” […] todas as lembranças são incapazes de traduzir aquilo que acontecia nele e aquilo que se manifestava em seu aspecto físico. Parecia transfigurado, participador intimo da divindade e de suas forças infinitas, da sua eternidade como de seu amor”.

QUARTO MOMENTO
Queremos ver Jesus e contemplar seu rosto no Paraíso
Dirigente:       Jesus responde ao nosso pedido de vê-lo, de encontrá-lo, mas nos adverte: a estrada que conduz a ele é semelhante a um grão de trigo…

Responde Pier Giorgio a uma amiga enfermeira que, brincando, lhe pedia uma recompensa por ter lhe medicado o dedo ferido por ajudar uma companheira quando subiam a montanha:
Façamos assim: o primeiro que chegar ao Céu ajudará o outro a chegar lá também”.
É uma promessa que ressoa daquela montanha para todo o mundo e que daquele instante em diante se alarga para toda a eternidade. É uma promessa que Pier Giorgio faz, sorrindo, a todos os seus amigos e que nós pedimos para que ele renove sempre, para nós e para todos os jovens que deixaram este mundo, mas não podem ainda abrir seus olhares para a Beleza que não tem fim:

Oração:
Leitor: Se nós não conhecemos a estrada, Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se muitas vezes abandonamos o caminho…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.

Leitor: Se por superficialidade não buscamos com a nossa vida aquilo que é essencial tudo…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se não levantamos nunca o olhar porque não queremos acender em nós o desejo de nos colocar no caminho do Céu…

Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se nos faltam as forças necessárias para superar as passagens mais difíceis…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se nós temos forças, mas preferimos utilizá-las para voltar atrás,…

Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se não nos firmamos nunca porque não nos nutrimos do Pão da vida eterna…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se não matamos a nossa sede na fonte de oração…

Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Quando somos egoístas…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor:Quando não sabemos ser amigos uns dos outros…

Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a Ir Para o Alto.
Leitor: Quando não somos capazes de ser testemunhas da alegria…
Todos: Pier Giorgio,  ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor:Quando não sabemos contemplar a beleza dos dons que recebemos…

Todos: Pier Giorgio,  ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Quando não sabemos oferecer nossa vida pelos outros…
Todos: Pier Giorgio,  ajudai- nos a ir Para o Alto.

Leitor: Quando não sabemos amar…
Todos: Pier Giorgio,ajudai-nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se temos cometido muitos pecados…
Todos: Pier Giorgio, ajudai-nos a ir Para o Alto.

Leitor: Se nós perdemos a esperança…
Todos: Pier Giorgio, ajudai-nos a ir Para o Alto.
Leitor: Pelas almas que não souberam utilizar seu tempo terreno para conquistar o céu…
Todos: Pier Giorgio, ajudai-os a ir Para o Alto!

Oração Silenciosa de Adoração
(Que possamos exprimir ao Senhor a nossa esperança de poder afirmar, como Pier Giorgio: “o dia de minha morte será o mais belo de minha vida”).
Dirigente: Quem encontrou Pier Giorgio sabe que, no olhar, nos gestos e nas ações, ele trazia sempre consigo, em cada comentário de vida, um pedacinho de Céu… Pier Giorgio tinha nos olhos a expressão de quem via o Paraíso.

Leitor: Com estas palavras Pier Giorgio quer consolar Carlo Piccolo que vivia um momento de grande dificuldade:
O amor que nós temos por pessoas humanas aqui sobre a terra não é nada mais que um simples reflexo do amor que teremos uns pelos outros no céu, quando estaremos todos revestidos do amor de Deus na visão do próprio Deus. A morte não é nada mais que uma passagem extremamente simples da vida para a Vida e não nos deve espantar nunca, em nenhum caso.”

Canto
Leitor: O pintor da casa dos Frassati conta:
“Uma semana antes da morte lhe disse: “Rapaz, onde você vai no domingo?” E ele me respondeu: “Vou fazer uma excursão para as montanhas”. Eu respondi: “Feliz você, rapaz, que aproveita a montanha, cheio de vida e saúde!  O dinheiro nunca falta, automóvel à disposição, logo será engenheiro. O que você ainda iria querer?” Não havia terminado de falar estas palavras e ele me responde textualmente: “O senhor continua o mesmo doido de sempre… Mas, ao invés disso, se o senhor soubesse quanto amaria ter logo oitenta anos!”  E por quê? Foi a minha pergunta. “Porque se tivesse oitenta anos morreria logo e iria logo Para o Céu!” E eu o questionei: “Como faria o seu grupo de amigos sem Robespierre*?  Ele, então, me disse: “Eu atenderei todos eles no Céu”.

* (Robespierre era o apelido pelo qual Pier Giorgio era chamado pelos Tipi Loschi, o seu grupo de amigos íntimos).
Canto
Dirigente: E aquele pedacinho de Céu que Pier Giorgio costumava dar a todos enquanto estava em vida, levou-o consigo no dia de sua morte, mas só para poder vivê-lo na plenitude e poder doá-lo ao mundo como nos dá hoje nesse vigília.

Leitor: Clementina Luotto, dois dias depois da morte de Pier Giorgio, escreve ao amigo que tinham em comum, Marco Beltramo:
“Marco, é a primeira noite que Pier Giorgio está fora de casa… Ao menos a sua pessoa santa, que ontem eu tive a graça de contemplar em uma luz de beleza e de pureza indivisíveis. Não tenho com quem chorar, e penso em você que em tudo estava mais perto dele do que eu. Diante daquele leito – que me pareceu um altar – eu senti pela primeira vez – com uma emoção que nunca poderei exprimir – que a morte vem do Alto e que para Pier Giorgio foi uma assunção.

Quem poderá apagar da nossa lembrança o seu sorriso, e quem o poderá restituir?
Oh! Juventude maravilhosa que nascia dele e entorno dele e nos desarmava rapidamente, nos deixava tão alegres, tão dispostos a nos elevar, tão livres de qualquer apego mortal… Tão próximo de Deus, que ele parecia ter dentro de si! Quem nos dará outra vez esta alegria purificadora? Quem renovará, não somente sobre nossos olhos, mas em nós, o milagre da santidade alegre, despreocupada e delirante como as fontes alpinas, frescas e restauradoras?

Mas aquela tarde, Marco, a última tarde que nós ficamos juntos, ele já não estava bem. Naquele inverno, na sua roupa de montanha nova, parecia fundido no bronze. Pareceu-me que ele estava abatido, magro, cansado: eu pensei que eram os exames. No verão, porém, ele começava a se destacar de nós: “É pálido Frassati”. [E ele respondia] “Eu preciso de montanha!” Sim, ele precisava sair, para o Alto! E não conosco!

Resplandece a Lua que nós esperávamos ter por companhia durante nossa ascensão; e ele não está mais conosco.
E ele dá força aos seus pobres parentes para viver: dará a nós o amor ativo que devem possuir aqueles a quem concedeu o presente incomparável da sua amizade.

Iremos encontrá-lo juntos?
Eu recordo e choro sozinha, […] e não posso falar a ninguém da minha dor, porque me parece que iria profaná-lo. Somente Laura, Tina, você e Severi sabem o que éramos nós seis e qual era o gênero da nossa comunhão de espírito e de alegria que ele havia criado. Mas ele nos puxava e nós o seguíamos: será que nós saberemos caminhar, agora que estamos sozinhos à prova? Tentaremos, não é verdade? E nos ajudaremos. Por que, antes, Pier Giorgio me ajudará!

Perdoe-me querido Marco, e veja se tenho razão por chamá-lo de irmão. Este fulgor, que envolveu nossas almas tão profundamente, nos dá consciência clara dos nossos sentimentos e dos nossos deveres. Agarrem-nos à cruz e queiramos bem à sua memória, como se mais do que nunca ele estivesse junto a nós. Talvez veremos resplandecer o seu sorriso. Ó bondade, tu és luminosa e mais quente que o Sol, tu és eterna!”

Leitor: Pier Giorgio nos diz:

Quando eu estudo, de vez em quando me pergunto: será que eu continuarei a procurar seguir o caminho bom? Terei força de preservar até o fim? Neste tremendo turbilhão de duvidas a Fé que eu recebi no Batismo me sugere com voz segura: por você mesmo não fará nada, mas se Deus estiver no centro de todas as suas ações, então sim, terá chegado até o fim; isso é justamente aquilo que quero fazer e assumir com a máxima seriedade a frase de Santo Agostinho: Senhor o nosso coração não está tranqüilo até que repouse em Ti” (A Isidoro Bonini, janeiro de 1925).

 

Dirigente: Unidos a Pier Giorgio pelo laço da amizade que rompe barreiras, que nos une aos diversos e milhares de amigos de todos os continentes imploremos ao Pai Celeste que a oração ensinada por Jesus possa se tornar realidade. Que possamos ser um só corpo e uma só alma. Rezemos:

Todos: Pai Nosso

Dirigente: Como Pier Giorgio ofereçamos a Nossa Senhora as flores do nosso coração, dos nossos sonhos, dos nossos ideais, do nosso futuro…, implorando desta nossa Mãe tão amada a graça de como peregrinos caminharmos ao encontro do Amor.

Todos: Ave Maria

Pier Giorgio, Roga por nós!

BENÇÃO EUCARÍSTICA

Canto Final

Ladainha do Beato Pier Giorgio Frassati

Senhor, tende piedade de nós.

Cristo, tende piedade de nós.

Senhor, tende piedade de nós.

Pai celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.

Filho redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.

Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Santa Maria, rogai por nós.

Todos os anjos e os santos, rogai por nós.

Beato Pier Giorgio Frassati, rogai por nós.

Filho amoroso e irmão, rogai por nós.

Sustento na vida da família, rogai por nós.

Amigo daqueles que não tem amigos, rogai por nós.

O mais cristão dos companheiros, rogai por nós.

Líder dos jovens, rogai por nós.

Ajuda dos necessitados, rogai por nós.

Mestre da caridade, rogai por nós.

Protetor dos pobres, rogai por nós.

Conforto dos doentes, rogai por nós.

Atleta para o reino de Deus, rogai por nós.

Conquistador das montanhas da vida, rogai por nós.

Defensor da verdade e da virtude, rogai por nós.

Opositor de qualquer injustiça, rogai por nós.

Cidadão patriota da nação, rogai por nós.

Filho fiel da Igreja, rogai por nós.

Jovem devoto de Nossa Senhora, rogai por nós.

Adorador ardente da Eucaristia, rogai por nós.

Ardoroso estudante das escrituras, rogai por nós.

Seguidor de São Domingo, rogai por nós.

Apaixonado leitor de São Paulo, rogai por nós.

Apóstolo da oração e do jejum, rogai por nós.

Guia a um profundo amor por Jesus, rogai por nós.

Cuidadoso no trabalho e no estudo, rogai por nós.

Sempre alegre em todas as circunstâncias da vida, rogai por nós.

Forte na observação da castidade, rogai por nós.

Silencioso na dor e no sofrimento, rogai por nós.

Fiel às promessas batismais, rogai por nós.

Modelo de humildade, rogai por nós.

Exemplo de destaque, rogai por nós.

Espelho de obediência, rogai por nós.

Homem das Bem Aventuranças, rogai por nós.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

Rogai por nós, Beato Pier Giorgio Frassati: para que sejamos dignos das promessas de Cristo.