Frassati, o «santo» polêmico Pier Giorgio foi um modelo de caridade silenciosa ou de militância política? Frassati, o «santo» polêmico entre Comunhão e Iibertação e Ação Católica, Pier Giorgio Frassati: Após a beatificação todos o descobrem à sua própria maneira. Descobrem-no à sua própria maneira, sobretudo as associações católicas nas quais o jovem estudante militou, indicando uma nova forma de fazer ativismo, concebido com forte antecipação sobre a dinâmica social, como «serviço». E é precisamente esta noção de serviço, repetido até a banalização de toda tribuna secular e menos secular, que têm chegado mesmo a confundir hoje, algumas idéias e muitas consciências. Descobrem-no por subtração, no sentido de que cada um se apossa da parte mais próxima ao Pier Giorgio Frassati, sem chegar a imaginá-lo como síntese significativa para todos. Então, qual modelo? O espiritual, da caridade silenciosa ou da militância política? Comunhão e Libertação enfatizando no compromisso espiritual e eclesial. Don Primo Soldi, líder em Turim do movimento, mostra a assiduidade respeito aos sacramentos e «o amor ardente de Cristo e da Igreja e uma afeição pelo Papa» exaltando uma maneira de viver e uma ideologia dirigida para «os jovens que irão construir a Europa do terceiro milênio»: a ideologia (ou o ideal) que se opõe ao materialismo. («Mantende a coragem de procurar a verdade e o sentido da vida para além dos limites que o materialismo, quer como ideologia, quer como prática de uma vida consumista, deseja impor»: mensagem do Santo Padre João Paulo II em Praga). Giampiero Leo, cujo guia espiritual é Dom Soldi, considera a Frassati como a referência na qual o político deve se inspirar. Recorda que Pier Giorgio «integralmente católico» também estava inscrito no Partido Popular: «Um compromisso cristão autêntico é o único caminho que pode levar à restauração da vida política». A descoberta de um Pier Giorgio Frassati que faz política, que não se submete aos compromissos, é outro motivo de reflexão assim como de surpresa. Beppe Gero, encarregado da “S. Vicente” de Turim diz: «O que pode nos ensinar Frassati? A profunda interioridade do seu ser cristão; e também o desapego das coisas, do dinheiro. Se não aprendermos a partilhar nos tornariamos loucos. E finalmente a sua participação nos assuntos públicos, na política. Nós como S. Vicente, mesmo fazendo um grande trabalho, temos medo de fazer-nos conhecer; a nossa respeitabilidade, em geral, nos proíbe de adotarmos uma postura e não haveria muitas coisas a dizer claramente. «Nesse sentido, Frassati pode nos ajudar a termos mais coragem» E a Acção Católica? Davide Fiammengo presidente diocesano, expressa o seguinte: «Frassati traz também em primeiro plano, o valor da laicidade: tornou-se santo mesmo através da sua laicidade. Vale a pena notar também o testemunho deste jovem na vida pública: tem nos ensinado que devemos nos esforçar por servir, não por anseio de poder. «Um belo exemplo para aqueles que mexem na política». E Stefano Vanzini que na Acção Católica é encarregado regional dos rapazes: «Um jovem, um laico, um santo: um referente para aqueles que como nós, pensam em construírem uma sociedade diversa, trabalhando em torno de projetos concretos». Há uma esperança indubitável além das declarações, resumida assim: que o exemplo de Pier Giorgio Frassati estimule uma reflexão especialmente na juventude de Turim. A solenidade e a propagação do evento, a proliferação de iniciativas para fazer conhecer a vida e virtudes do jovem estudante laico e santo que têm como objetivo não primordial, mas tampouco recôndito, o renascimento dessas associações que eram o sal da Igreja. A Acção Católica tem três mil ativistas (dos quais 1700 são adultos), mas está presente em apenas cerca de oitenta paróquias de 376 que tem a Diocese. A S. Vicente começa a ver jovens nos próprios grupos. («Eu contei 93, parece pouco, mas antes não havia nenhum» diz Gero). Comunhão e Libertação é sem dúvidas, o movimento mais ativo. Giampiero Leo que conhece o planeta-jovem por experiência como assessor do “Comune” é otimista: «Finalmente têm descoberto o fenômeno associativo. Não o político que recusam. Também os católicos estão se comprometendo com propostas fortes de compromisso civil e cultural. É muito respeito ao pouco de antes, mas para cobrir as necessidades da sociedade de Turim faria falta multiplicar por mil: Estamos longe de um acabamento perfeito. Pier Paolo Benedetto Pier Giorgio Frassati será também a ocasião de relançamento para as associações juvenis católicas? »
Pier Giorgio Frassati, desde a primeira juventude, teve uma adesão humilde e forte à fé recebida em germe no santo Batismo, alimentada pela educação cristã recebida na família e, sobretudo, pelos sacerdotes que o prepararam para os sacramentos da iniciação cristã. E esta adesão foi, pouco a pouco, crescendo com o estudo do catecismo e do Evangelho, com a oração assídua e uma profunda devoção eucarística e mariana.
1 – A fé, fundamento da vida espiritual do Beato
Sua fé era plena, forte, alegre e operosa. E, desta fé, provinha a sua caridade multiforme e o zelo para conduzir outros – fossem amigos ou pobres assistidos – para o amor do Senhor.
É importante, para compreender como a fé era realmente o fundamento da vida espiritual de Pier Giorgio, transcrever três trechos das cartas dirigidas ao amigo Isidoro Bonini, que remontam aos últimos meses de sua vida e que são citadas no volume: Lettere di Pier Giorgio Frassati (“Cartas de Pier Giorgio Frassati”), Queriniana, 1950.
15 de janeiro de 1925 “… De tempos em tempos, me pergunto: continuarei buscando seguir o bom caminho? Terei a ventura de perseverar até o fim? Em meio a este tremendo embate diante das dúvidas, a fé que me foi dada no Batismo me aconselha com voz segura: ‘Por si mesmo, você não fará nada, mas se tiver a Deus como centro de todas as suas ações, então, sim: você chegará ao fim’. É justamente isso que gostaria de poder fazer e tomar como lema o dito de Santo Agostinho: ‘Ó Senhor, inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em ti’…” (o.c. p. 192).
29 de janeiro de 1925 “… Terei a força para chegar? Sem dúvida, a fé é a única âncora de salvação e é preciso agarrar-se fortemente a ela. Que seria toda a nossa vida sem ela? Nada, ou melhor: seria consumida inutilmente, pois, no mundo, só há dor e a dor sem a fé é insuportável, enquanto que a dor alimentada pela pequena chama da fé se torna algo de belo porque robustece a alma para a luta…” (o.c. p. 194).
27 de fevereiro de 1925 “… pobres infelizes aqueles que não têm fé! Viver sem uma fé, sem um patrimônio a ser defendido, sem sustentar, numa luta contínua, a verdade não é viver, mas é ir vivendo. Nós nunca devemos ir vivendo, porque, também através de qualquer desilusão, devemos nos lembrar de que somos os únicos que possuímos a verdade; temos uma fé a sustentar, uma esperança a atingir: a nossa Pátria. E, por isso, expulso qualquer tristeza, que só pode existir quando se perde a fé…” (o.c. p. 196).
Alimento de sua fé e de sua multiforme caridade foi, sem dúvida, a sua piedade eucarística; mas, fundamento e guia foi a sua devoção à Nossa Senhora, à sua Mamãe do céu. Era o que recordava, em uma de suas conferências, o amigo Marco Beltrano Ceppi, depois anexada ao Processo Apostólico (Summ, p. 296). “Se vocês me perguntassem qual era o meio seguro sobre o qual ele se apoiava para realizar uma assim constante obra-prima de vida intimamente unida a Deus, eu não hesito em lhes responder que o segredo da perfeição espiritual de Pier Giorgio deve ser buscado, de modo especial, na sua assídua, sincera profunda e terníssima devoção à Virgem Maria. Nós todos, que vivemos alguns anos próximos a Pier Giorgio, não podemos separar sua lembrança da lembrança de seu amor filial à Maria”.
O Padre Karl Rahner, sj, que conheceu Pier Giorgio na década de 20, na Alemanha, num testemunho narrado pela irmã Luciana Frassati, no livro Mio fratello Pier Giorgio. LA FEDE (“Meu irmão Pier Giorgio. A FÉ”), escreve: “Na época, Pier Giorgio tinha vinte anos. Uma de suas paixões era Dante… E o trecho que repetia, sempre com entusiasmo e de memória, era a oração de São Bernardo à Mãe de Deus: ‘Virgem Mãe, filha do teu Filho’. Pier Giorgio, que sentia um profundo amor por sua mãe, era naturalmente levado a venerar, com ternura indizível, a outra Mãe do céu…” (p. 199). “Em Freiburg, eu me admirava quando o via rezando, em voz alta, o terço no seu quarto. Então, não podia compreender muito bem: um jovem do nosso tempo, antes que amar verdadeiramente o rosário, deve possuir uma bela piedade” (p. 229).
2 – A devoção à Nossa Senhora
A irmã Luciana, no Processo Apostólico, depôs assim sobre a devoção de Pier Giorgio à Nossa Senhora, verdadeira luz e apoio no seu caminho de fé: “Pier Giorgio teve uma devoção instintiva, que foi crescendo sempre mais com o passar dos anos, à grande Mãe, a Virgem Maria. Ele sentia todo o seu fascínio… As flores eram sua homenagem mais calorosa e mais evidente. Em toda lugar em que a Virgem seria festejada, lá aparecia Pier Giorgio com o seu ramalhete – às vezes, enorme…”.
Ela também recorda que Pier Giorgio logo criou o hábito de ir em peregrinação aos Santuários Marianos. Os dois preferidos no Piemonte eram os de Oropa e da Consolata. Em Turim, o de Maria Auxiliadora. Muitos sacerdotes e amigos sublinham o mesmo fato.
Em 1918, pediu e obteve, freqüentando o “sociale” de Turim dos padres jesuítas, a inscrição na Congregação Mariana, consagrando-se, assim, de modo especial à Santíssima Virgem.
A propósito da devoção à Nossa Senhora Negra de Oropa, o Reverendo Padre Cesário Borla relembrava no Processo Informativo: “Ficou-me impresso na alma a lembrança do gozo e da alegria com que tomou parte nas festas para a coroação de Nossa Senhora de Oropa, que se deu pelas mãos do Legado Pontifício, S. Ex.a Cardeal Valfré di Bonzo (28 de agosto de 1920). Depois de ter assistido a mais de uma Missa e de ter comungado, dedicou-se inteiramente a ajudar os organizadores dos festejos tanto quanto podia. Passou o dia inteiro no Santuário, do qual só saiu quando a noite descia sobre o vale… Nunca ia a Pollone sem ir visitar o Santuário de Oropa, para onde se dirigia, muitas vezes a pé, fazendo uma peregrinação de cerca de duas horas” (Summ. Introd. Causae, p. 161s).
A irmã Luciana ainda relembra que, se o dia de Pier Giorgio começava com a Missa e a Comunhão, prosseguia, como é próprio de um bom terceiro dominicano, com a recitação do Ofício de Nossa Senhora e terminava sempre com a reza do santo terço, estivesse ele em casa ou no refúgio da montanha.
Podia, às vezes, acontecer-lhe, tomado pelo cansaço, de dormir durante a recitação. Numa tarde, coincidiu que o pai o achou adormecido com o terço na mão. Encontrando-se com o pároco, de quem era amigo, assim se expressou: “Mas, o que senhores fizeram do meu filho? Imagine que o encontrei na cama, adormecido com o terço na mão!”
Respondeu o piedoso e prudente sacerdote: “E o senhor preferiria, Senador, que ele dormisse com algum namorisco por perto?”. “Ah! Isto não!”.
“Então, deixe-o continuar com seu estimado costume. Certamente, não terá que se arrepender disso!”.
Cultivava no jardim da casa de Pollone plantas de coyx lacryma e levava os grãos para as Irmãs Franciscanas Angelinas, a fim de que fizessem terços que ele se alegrava em dar aos amigos para estimulá-los a esta oração.
3 – De joelhos no Santuário de Loreto
Entre os Santuários Marianos que ele visitou está também o Santuário de Loreto, que guarda a santa Casa de Nazaré, onde Maria Santíssima recebeu o anúncio da Encarnação do Verbo de Deus e onde disse o seu SIM.
Luciana Frassati lembra que o fato se deu no final de agosto ou em 1º de setembro, antes de ir a Assis (2-5 de setembro de 1919). Eis como o relata em seu livro Mio fratello Pier Giorgio. LA FEDE: “Em Loreto, por exemplo, certa manhã, não o encontramos mais no hotel. Começamos a procurá-lo por toda parte e acabamos por encontrá-lo já na igreja, sozinho, ajoelhado sobre o frio degrau do altar. Tinha sentido uma atração tão forte pela casa de Nossa Senhora, a ponto de não suportar mais ficar na cama e num quarto como nós” (p. 213).
Sobre esta visita à casa de Nossa Senhora, fala também o Padre Robert Claude, sj, no seu livro: Frassati parmi nous (“Frassati entre nós”): “Certa manhã, em Loreto, seu companheiro de quarto que o busca em vão, acaba por encontrá-lo na basílica, ajoelhado junto ao altar-mor, como que a fazer – assim parece – sua ação de graças. Quis se aproximar dele, mas algo o reprimiu, uma emoção o deteve: ‘Não saberia dizer o que aconteceu comigo naquele momento. Eu o senti tão magnânimo e tão acima de mim…’” (p. 15).
De sua oração humilde e insistente e de uma meditação dos mistérios do santo rosário e dos exemplos da Santíssima Virgem, ele hauriu o impulso não só para uma ascensão rumo à santidade, mas também para um zelo apostólico intenso.
Estava inscrito na Obra da Propagação da Fé, desde os primeiros anos da juventude, e se empenhava a dar a conhecer aos amigos a verdade da fé.
Seu companheiro e depois sacerdote Padre Giovanni Bertini depôs no Processo Apostólico: “O espírito de apostolado era vivo nele. Aproximava-se de muitas pessoas, especialmente dos colegas universitários, aos quais levava sempre uma palavra de fé e de esperança, com muita doçura e amabilidade, sem assumir ares de quem quer se fazer de mestre, mas, no entanto, com muita firmeza”.
Em agosto de 1923, o tio Pietro Frassati que, embora honesto, sempre se recusara a seguir as práticas da fé cristã, estava agonizando. Pier Giorgio precipitou-se para junto dele e conseguiu persuadi-lo a receber a visita do sacerdote e, em seguida, com lágrimas nos olhos, também os santos sacramentos. Escreveu sobre isso ao amigo Antonio Severi, aos 20 de agosto de 1923, comentando o fato com estas palavras de humildade e orgulho cristão: “Deus, certamente na sua infinita misericórdia, não levou em conta meus inumeráveis pecados, mas escutou minhas orações e aquelas de minha família, e concedeu ao tio a grande graça de receber com plena consciência os últimos Sacramentos. Creio que esta vida deve ser uma preparação contínua para a outra, porque nunca se sabe o dia, nem a hora da nossa morte” (Lettere o.c., p. 178).
Não há palavras mais apropriadas para encerrar estas reflexões sobre a devoção à Nossa Senhora, inspiradora e guia do Beato Pier Giorgio Frassati numa vida de fé e de zelo apostólico, do que aquelas pronunciadas por João Paulo II no Angelus de 20 de maio de 1990, dia de sua solene beatificação: “Caros jovens, convido-os a imitar o exemplo de novo Beato. Saibam, também vocês, se recolherem muitas vezes na oração e na meditação ao lado da Mãe do Redentor, para fortalecer a fé e para inspirar, no modelo de vida de Maria Santíssima, o seu serviço a Cristo e à Igreja. Assim, vocês saberão se empenhar com entusiasmo e alegria na nova evangelização, para encontrar as soluções que respondem às exigências da vida espiritual e civil deste nosso tempo”.
Para nós, jovens Católicos, que caminhamos em direção ao comprometimento com Cristo, que fazemos da caridade a prática do exercício de comungar e meditar a Palavra de Deus e por fim, que vivemos uma fé baseada no contemporâneo onde faculdade, trabalho, igreja, família, academia, etc, fazem parte desta rotina, PIER GIORGIO FRASSATI, é alguém que conhecemos, mas temos a sensação que é amigo há tempos.
A identificação plena com a vida de Pier Giorgio, seguida de uma confirmação de Adriano Gonçalves (apresentador do programa “Revolucão Jesus” TV Canção Nova) foram ‘SINAIS’, onde Deus mostrava que queria algo de nós e algo “sem fronteiras”.
Atentos aos acontecimentos e, principalmente, abertos à vontade de Deus, fomos conduzidos a vivenciar a experiência da ‘Multiplicação dos pães’, pois caminhavamos em um grupo já formado e esse grupo seria dividido, a fim de que novas pessoas e um novo local fosse atingido.
Este passo gerou a FRATERNIDADE FRASSATI.
Nesse novo tempo, buscamos vivenciar o Evangelho de Cristo, nos contextos sociais que acercam o homem moderno e principalmente, traduzir com a caridade os ensinamentos da Sagrada Escritura.
Uma das cartas de Pier Giorgio, nos passa as ferramentas que devem ser utilizadas para que seja concretizado entre nós, jovens católicos, esta vontade de Deus: “Oração contínua para obter de Deus a graça, sem a qual as nossas forças são vãs;
Organização e Disciplina, para estamos prontos para a ação no momento oportuno.”
Todo esse contexto, sem deixar de lado, a Alegria, que é sinônimo de juventude, Pier Giorgio também nos ensina:
“-Você me pergunta se estou alegre. E como poderia não estar? Enquanto a fé me der forças, eu estarei sempre alegre! O católico tem que ser alegre! A tristeza deve ser erradicada da alma do católico! A dor é diferente da tristeza, que é a mais detestável de todas as doenças. Esta doença é quase sempre produto do ateísmo; porém, a finalidade para a qual nós fomos criados nos mostra o caminho que, mesmo com muitos espinhos, não é de nenhum modo triste. É um caminho alegre, mesmo através da dor”.”
A alma peregrina de Pier Giorgio foi uma das coisas que mais nos encantou! Sua paixão pela natureza e seu espírito de contemplação é para nós fonte de inspiração, além disto, seu gosto pelos esportes nos impulsiona a viver uma vida mais saudável e uma fé mais equilibrada. Não pode-se deixar de ressaltar seus estudos, onde teve por decisão, a opção por estudar algo que lhe daria condição de ajudar o próximo. Sua aptidão e disposição em ajudar os mais necessitados e defender as causas sociais, sua decisão em renunciar aos benefícios que o dinheiro podia lhe trazer, enfim, com seu testemunho, ele nos impulsiona a olhar diferente este mundo e nos tras a certeza de que é possível caminharmos rumo à santidade, é possível a busca contínua por sermos: “Santos de Calça Jeans”.
Não é difícil compreender Pier Giorgio, pois a realidade vivenciada por ele, envolve a realidade do um jovem Católico de hoje. São por estas e outras tantas razões que levamos adiante este nome, pois na fé, estamos certos que o nosso lugar não é aqui! Mas que temos muito a fazer neste local!
“Nós – que por graça de Deus, somos católicos-
não devemos gastar os anos mais belos da nossa vida
como desgraçadamente fazem tantos jovens infelizes
que se preocupam com gozar os bens terrenos e não produzem
nada de bom, mas que apenas fazem frutificar a imoralidade
da nossa sociedade moderna. Devemos treinar-nos, a fim de
estarmos prontos para travar as lutas que, seguramente,
teremos de combater pela realização do nosso programa
e para, assim darmos à nossa pátria, num futuro não
muito longínquo, dias mais alegres e uma sociedade moralmente
sã. Mas para tudo isto, é preciso: oração contínua para obter
de Deus a graça sem a qual as nossas forças são vãs;
organização e disciplina para estarmos prontos para a ação
no momento oportuno e, finalmente, o sacríficio das nossas
paixões e de nós mesmos, porque sem isso não se pode
atingir o objetivo!”
“Que devo fazer para alcançar a vida eterna?”. Essa questão do jovem do Evangelho parece distante das preocupações de muitos jovens contemporâneos, porque, como observava o meu Predecessor, “não somos nós a geração a que o mundo e o progresso temporal enchem completamente o horizonte da existência?” (Carta Apostólica aos jovens Dilecti Amici, n. 5). Mas a pergunta sobre a “vida eterna” surge em particulares momentos dolorosos da existência, quando vivenciamos a perda de alguém próximo ou quando vivemos a experiência do fracasso.
Mas o que é “vida eterna”, a que se refere o jovem rico? Jesus a ilustra quando, voltando-se a seus discípulos, afirma: “Hei de ver-vos outra vez, e o vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria” (Jo 16, 22). São palavras que indicam uma proposta exaltante de felicidade sem fim, da alegria de ser preenchido pelo amor divino para sempre.
Interrogar-se sobre o futuro definitivo que aguarda a cada um de nós dá sentido pleno à existência, porque orienta o projeto de vida rumo a horizontes não limitados e passageiros, mas amplos e profundos, que levam a amar o mundo, tão amado por Deus mesmo, a dedicar-nos ao seu desenvolvimento, mas sempre com a liberdade e a alegria que nasce da fé e da esperança. São horizontes que ajudam a não absolutizar a realidade terrena, sentindo que Deus nos prepara um perspectiva mais ampla, e a repetir com Santo Agostinho: “Desejamos a pátria celeste, suspiramos pela pátria celeste, nos sentimos peregrinos aqui na terra” (Comentário ao Evangelho de São João, Homilia 35, 9). Mantendo os olhos fixos na vida eterna, o Beato Pier Giorgio Frassati, que morreu em 1925, com 24 anos, disse: “Desejo viver e não subsistir!”, e sobre a foto de uma escada, enviada a um amigo, escreveu: “Para o alto”, aludindo à perfeição cristã, mas também à vida eterna.
Queridos jovens, exorto-vos a não esquecer essa perspectiva em vosso projeto de vida: somos chamados à eternidade. Deus nos criou para estar com Ele, para sempre. Isso vos ajudará a dar sentido pleno às vossas escolhas e a agregar qualidade à vossa existência.
“A estrada de todo homem que tem fé não é solitária mas sim acompanhada da comunidade na qual aprende que somo unidos por Deus como família.
No caminho de Pier Giorgio encontram-se outros guias,entre sacerdotes e consagrados ao povo de Deus.Na sua infância seu primeiro confessor foi o cônego Grosso e seu preceptor de latim,dom Antonio Cojazzi( Que foi seu primeiro biografo) contam que era quase impossível satisfazer seu sempre desejo de aprender o Evangelho.A sua entrada no Instituto Social dirigido pelos padres jesuítas em 1913,provocada por uma situação é um momento decisivo.É encorajado pelo diretor espiritual padre Lombardi a receber todos os dias a comunhão.Depois de algumas conversas com a mãe que era contra pois via nessa prática para uma criança de 13 anos o perigo de se tornar um ato rotineiro e não um verdadeiro Encontro com Jesus,passa a obter da mesma a permissão.Deste momento,seu encontro com Jesus na Eucaristia será o centro de sua vida espiritual.
No Instituto Social a sua religiosidade toma outras dimensões até então ignoradas.Passa a participar de algumas associações entre as quais o Apostolado da Oração e a Congregação Mariana de cunho espiritual.Aos dezessete anos entra na Conferencia de São Vicente assumindo assim um empenho constante de caridade.Todas essas conferencias e associações serão de extrema importância na vida de Pier Giorgio pois será a preparação e amadurecimento de sua fé que o levara a se consagrar com leigo dominicano em 1922.Ou seja viver a espiritualidade dominicana no meio do mundo,no seu ambiente familiar,de estudo e amizade.Dar verdadeiro testemunho de cristão.
Muitos serão os sacerdotes e religiosos encontrados por Pier Giorgio e entre esse muitos terão com ele um laço de amizade. Entre estes destacam-se dom Alessandro Roccati que o batizou e o viu falecer,os padres Filippo e Francesco Robotti,Ângelo Arrighini todos dominicanos. Dom Mario Frassati,não pertenceu a família,foi vigário de Pollone,muito próximo e amado por Pier Giorgio.Podemos destacar ainda o Cardeal Giuseppe Gamba que o conhece em Novara em um congresso da Juventude Católica antes de se tornar arcebispo de Torino, e que nutre por ele um grande e paterno afeto.Don Karl Sonnenschein,sacerdote,sociólogo ,considerado o “São Francisco de Berlim”organizador do movimento católico alemão,empenhado em uma incensaste trabalho apostólico após a Guerra de 1918, Pier Giorgio o conheceu quando de sua estadia em Berlim.
Lembramos também os párocos das cidades em que Pier Giorgio sempre procurava passar suas férias e finais de semanas.Religiosos e religiosas que sempre tiveram uma amizade baseada no respeito e no carinho,com a disposição de quem busca e aceita um conselho,uma palavra,uma luz.”
Que neste mês vocacional possamos aprender com Pier Giorgio a amar e a rezar pelos nossos sacerdotes pedindo ao Senhor da messe que os conserve sempre com uma fé firme e forte e um verdadeiro desejo de amor pela Igreja e pela salvação das almas.
Que muitos jovens deixem –se guiar pelo chamado de Jesus que continua passando e dizendo:”Vem e segue-me”.
*Leigo,Vice postulador da Causa de Canonização de Pier Giorgio Frassati,
presidente da Opera Diocesana P.Giorgio Frassati de Torino.
Redator editorial e escritor.
** Tradução livre de “Pier Giorgio Frassati – “Non vivacchiare ma vivere” de Roberto Faciola.
Os primeiros discípulos de são Domingos apresentam –no como um “Homem Evangélico”,Pier Giorgio ao ser incorporado a Ordem dos Pregadores que procurou em tudo imitar a São Domingos na busca e no amor a Verdade que mereceu ser chamado “jovem das oito bem aventuranças”
A sua primeira adesão a regra de São Domingos foi em 1921,no dia 22 de abril,quando recebeu a medalha da Milícia Angélica em sinal da devoção ao santo.
Um ano mais tarde,será recebido na Ordem Terceira Dominicana ( hoje Fraternidade Leiga Dominicana)na qual assume o nome de Frei Jerônimo,em homenagem ao frade
Savonarola.Por que terá querido colocar –se sob essa estranha proteção?
Um dos seus coirmãos na Ordem Terceira irá nos contar:”Pier Giorgio quis tomar o nome de Jerônimo em memória de Savonarola, pela qual tinha grande admiração.A fisionomia desse frade,que tanto desejara o bem espiritual dos seus concidadãos, inspirava-lhe profunda simpatia.Não ocultava sua admiração pela audácia e energia raras,com que fulminará a imoralidade que nessa época,invadia todas as classes sociais,principalmente as mais elevadas.Queria bem a esse frade que morreu em uma fogueira,ligou seu nome a uma reforma democrática e fez o povo proferir em altas vozes a proclamação que ainda hoje se lê nas paredes do Palazzo Vecchio: “Jesus Cristo,Rei dos Florentinos por decreto do povo!”
É importante fazer notar que Pier Giorgio pertenceu a várias associações religiosas que foram preparando e amadurecendo a sua fé até chegar ao ápice da sua consagração como leigo dominicano. “Eles se caracterizam por uma espiritualidade própria e pelo engajamento ao serviço de Deus e do próximo na Igreja. Como membros da Ordem, eles participam de sua missão apostólica pela oração, pelo estudo e pela pregação, conforme sua condição de leigos”.
No dia 28 de maio de 1922 recebia o branco escapulário de São Domingos que o padre Mario Desiderio assim relatara:” Fiquei impressionado pela compostura,seriedade e devoção deste jovem robusto ,elegantemente vestido,de belo aspecto,que tomou o nome de frei Jerônimo.Lembro a alegria ,o júbilo daquele jovem e o barulho que com os outros fizera: parecia que sacristia,igreja e convento caíssem por terra”
Quem presidia a função na igreja dos dominicanos de Torino era o padre Benedetto Berro que fez iniciando com um sermão.estavam presentes os padres Giuliani,Ibertis,os padres do convento e um grupo de noviços.Fazia-se presente o Mestre Geral da Ordem,Padre Martinho Gilet vindo de Paris para algumas conferencias em francês.
Pier Giorgio se encontrava reluzente com os olhos cheio de alegria.Pier Giorgio sentiu-se desde aquele dia um religioso no mundo.” Para incorporar-se à Ordem, os membros das Fraternidades devem fazer um compromisso que consiste numa promessa formal de viver segundo o espírito de São Domingos e a forma de vida indicada pela Regra. Este compromisso pode ser temporário ou definitivo. Ele se fará por esta fórmula ou uma outra substancialmente semelhante:
“Em honra do Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo, da bem aventurada Virgem Maria e de São Domingos, eu N. N. diante de vós N. N. Coordenador(a) da Fraternidade, e vós N. N., Assistente religioso(a), representando o Mestre da Ordem dos Frades Pregadores, prometo viver segundo a regra dos Leigos de São Domingos, durante três anos – durante toda a minha vida”.(1)
Levando a serio a sua consagração e a busca pela “Verdade’.Era assíduo na reza do rosário e do ofício da Bem Aventurada Virgem Maria próprio da Ordem Dominicana.Fazia sempre o uso do distintivo da Ordem.
“Durante sua curta vida como Dominicano, somente três anos, o bem-aventurado Frassati foi um modelo como membro moderno do Laicato Dominicano. Sua vida foi um advento da Constituição Fundamental do presente Laicato Dominicano. O saber de uma pessoa chamada à santidade em virtude de seu Batismo e Crisma é um testemunho para a teologia do Laicato que encontramos nos ensinamentos do Concílio Vaticano II.”(2)
(1)(2) O projeto de São Domingos –Padre Alfonso D Amato,OP.
Quando conheci Pier Giorgio Frassati não imaginava que nossa amizade me levaria a trilhar caminhos como os que tenho percorrido…
A admiração por esse jovem de Deus, “O Homem das 8 Bem-Aventuranças”, foi imediata! Os mesmos ideais de vida nos aproximaram e nos aproximam a cada dia.
Ao longo de minha peregrinacão por esse mundo, tenho vivido experiências que marcaram profundamente a alma e o dia de hoje eu chamaria de ÚNICO…!
Conhecer a história de Frassati, um jovem que se tornou referência para tantos outros jovens, é algo que trago com muito carinho e zelo no coração.
Quanto mais me aprofundo na história de vida de Pier Giorgio compreendo que é possível lutar por ideais de amor, justiça, paz, cuja fonte é o Cristo Vivo e ressuscitado em nosso meio, ELE, a PAZ VERDADEIRA E PERFEITA, que o mundo tanto busca…
Nesse dia, de maneira especial, o Senhor me permitiu conhecer um pouco mais da vida de Pier Giorgio Frassati! Deus Pai, em Seu infinito Amor, permitiu que eu estivesse no Santuário di Oropa e tb em Pollone, na casa onde Pier Giorgio Frassati viveu momentos de felicidade, para poder experimentar daquilo que Pier Giorgio mais amava: a NATUREZA, as FLORES…a MONTANHA…todo esse contexto tendo como Autor principal Nosso Bondoso Deus, Supremo Criador, que ao criar céus, terra, mares e tudo o q eles contém…nos demonstrou seu imenso AMOR através de Sua obra…! Pier Giorgio Frassati soube reconhecer nas maravilhas da Criação os rastros de Deus…Amou a Natureza, amou os amigos, amou os pequeninos do reino…obra mais do que especial!
Diante de tamanha alegria vivida no dia de hoje, me coloco diante de Ti, Senhor, como serva e, renovo meu chamado:
“VERSO L’ALTO!!!”
FRASSATI é SETA que conduz à META=>JESUS!!!
À todos os amados familiares e amigos, à amada FRATERNIDADE FRASSATI, um grande: