Canto inicial (à escolha).
Dirigente: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém.
Dirigente: Pier Giorgio desejava tanto ver Jesus que dizia: “O dia de minha morte será o dia mais belo da minha vida”, mas, no entanto, sentia uma necessidade urgente de estar sempre próximo ao Santíssimo Sacramento. Pier Giorgio acompanhava o Santíssimo nas procissões e, também, participava com entusiasmo dos Congressos Eucarísticos. Mas, sobretudo, amava passar longas horas em adoração noturna; a alegria de Pier Giorgio era igualmente grande quando conseguia trazer, aos pés de Jesus Eucarístico, os seus amigos, os jovens, os pobres que assistia, etc.
Leitor 1: Relata um padre sacramentino; “Era no ano de 1920, numa noite de adoração noturna, na nossa Igreja de Santa Maria de Piazza, na cidade de Turim, eram já passadas as 23h. Pier Giorgio devia ter uns 23 anos. Eu apenas tinha entrado no coro para minha hora de adoração quando, repentinamente, ouvi a campainha e fui abrir a porta para ver do que se tratava. Qual não foi minha consoladora surpresa quando me vi diante de um belo jovem, que eu não conhecia, que me disse que viera para fazer a sua adoração… Fiz observar ao meu gentil interlocutor que naquela noite não havia adoração para os jovens, mas somente para os religiosos. Eu o exortei para que retornasse à sua casa antes que a hora ficasse ainda mais tarde do que estava. O meu conselho não deteve o generoso jovem mas, com voz suplicante, insistiu que eu o deixasse entrar, pois ele faria sua adoração por si mesmo sem atrapalhar os nossos religiosos. Minhas justas observações de nada valeram, e suas doces insistências foram tais que acabei por contentá-lo. Feliz pela vitória alcançada, se dirigiu para a igreja”.
Leitor 2: “Entrou no presbitério e fazendo uma profunda prostração, ajoelhou-se em um dos genuflexórios do coro da Igreja. Durante a hora que eu passei em sua companhia, fui grandemente edificado pelo seu exemplar comportamento, e pude notar todas as santas maneiras que ele usava para se manter acordado, apesar das insistências do sono e do cansaço: às vezes se levantava, às vezes lia, às vezes recitava o rosário e assim passou toda a noite, até às 4h da manhã, hora em que pediu e recebeu a santa Comunhão. Ainda depois disso, ficou uma hora em Ação de Graças. Às 5h, quando a igreja se abriu para o público, ele saiu tranqüilamente”.
Leitor 1: Da mensagem do Papa João Paulo II para a XIX Jornada Mundial da Juventude:
Caros jovens, […] como o jovem rico do Evangelho, procurem também vós a Jesus para lhe perguntar: “Que coisa devo fazer para ter a vida eterna?” (Mc 10, 17). O evangelista Marcos especifica que Jesus o olhou e o amou: […] o aspecto mais sublime da dignidade do homem está propriamente na sua vocação de se comunicar com Deus nessa profunda troca de olhares que transforma a vida. Para ver Jesus é preciso antes de tudo deixar-se olhar por ele: […] Procurem, de todos as maneiras, produzir esse encontro, olhando Jesus que vos procura apaixonadamente.
Leitor 2: Leitura do livro do profeta Isaias (Is 43, 1-7)
“Mas, agora, assim fala o Senhor que te criou Jacó, que te formou Israel: Não tenhas medo, pois eu te resgatei, te chamei pelo nome, tu és meu. Se passares através das águas, estarei contigo, através dos rios, não te submergirão. Se caminhares no meio do fogo não serás queimado e a chama não te calcinará mais, no meio de ti, pois eu, o Senhor, eu sou teu Deus, o Santo de Israel, teu Salvador. Eu dei o Egito em resgate de ti, Kush e Sebá em troca de ti, pelo fato de valeres muito aos meus olhos, de teres peso e de eu te amar; dou, pois, homens em troca de ti, populações em troca de sua pessoa. Porque és preciso aos meus olhos, porque és digno de estima e eu te amo”.
SILÊNCIO
Leitor: Terça feira, 30 de junho de 1925. Só quatro dias separam Pier Giorgio da morte; todos os seus gestos já estão imersos em uma dimensão nova: a eternidade.
Diz sua irmã,Luciana:
“Passavam das onze horas quando, subindo lentamente as escadas, entrou no pequeno cômodo alugado do seu amigo chamado Franz Masseti. Tinha os olhos tristes e os lábios tensos de dor: os poucos passos percorridos o haviam cansado mortalmente e precisou sentar rapidamente. Ele era apenas a sombra do Pier Giorgio que tinha escalado o Monte Monviso e a Grivola [grandes montanhas nas proximidades de Turim], caminhado por dias inteiros pelas montanhas. “Tenho comigo um livro de Santa Catarina”, disse ao amigo, procurando nos bolsos o único livro que conseguia ler naqueles dias, talvez a única coisa capaz de o consolar: “Vou ler uma página para você” e recordou o dia divino em que foi concedido à Santa Catarina um encontro com o Redentor. Quando fechou o livro, o seu olhar transformado pela enfermidade e pelo sofrimento se havia transformado cintilantemente pela alegria daquela sublime meditação. Ao passo que o amigo o olhava sem entender, Pier Giorgio comentou: “Que riqueza teve Santa Catarina de ver Jesus sobre esta terra! ”. Silenciou um momento, e depois respondeu: “Eu a invejo”.
Todos:
“Espírito Santo, vinde ao meu coração. Dai-me caridade e temor. Guardai-me, Cristo, de todo mau pensamento; aquecei-me e inflamei-me pelo teu Santíssimo Amor. Sim, que toda aflição me pareça ligeira. Meu Santo Pai e meu doce Senhor. Ajudai-me em todas as minhas necessidades. Cristo amor. Cristo amor. Amém”.
Santa Catarina de Sena
Dirigente: “Queremos ver Jesus”, pedem os gregos ao apóstolo Filipe, “Queremos ver Jesus” grita a humanidade ferida pelo pecado. “Queremos ver Jesus”, esperam e imploram, do purgatório, os jovens que em vida não conseguiram seguir o conselho de Pier Giorgio: “Creio que a vida deve ser uma preparação contínua para a outra, porque não se sabe nunca o dia e a hora de nossa morte”. Queremos ver Jesus esta noite, seguros de que o olhar de nosso amigo Bem-Aventurado, fixo na luz do Criador, nos acompanha e nos sustenta na contemplação.
CANTO DE EXPOSIÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
Hino “Adoro te devote” ou “Tão Sublime Sacramento” de São Tomás de Aquino.
Dirigente: Como algo que o amor produz rapidamente, eu te adoro, ó Deus, que se esconde e verdadeiramente dá-se a nós, imortalizado nestes símbolos.
Todos: O coração se submete inteiramente a Ti, que és tão grande e vence tudo com sua força penetrante.
Dirigente: Se me deixo guiar por aquilo que vejo, que toco, que degusto, eu caio no engano. Eu posso somente desenvolver minha escuta: mas isto basta para dar segurança à minha fé.
Todos: Tudo aquilo que o Filho de Deus disse, eu o creio: nada é mais verdadeiro do que Suas palavras de verdade.
Dirigente: Ó memorial da morte do Senhor! Ó Pão Vivo, que dá continuamente vida ao homem! Dá-me uma graça: que minha alma viva de Ti, e sempre tenha gosto por Ti, sendo assim agradecida.
Todos: Estou olhando-te, Jesus, que estás atrás desse véu. Estou sedento e lhe faço uma oração: Ensina-me a vivenciar o teu Amor. Que a minha vida seja uma constante benção para todos. Que eu possa sentir que nunca estou sozinho nesta estrada, Tu caminhas comigo.
Leitor: Da Encíclica de João Paulo II: Ecclesia de Eucharistia
Contemplar o rosto de Cristo, e contemplá-lo com Maria, é o “programa” que propus à Igreja na aurora do terceiro milênio, convidando-a a criar raízes no grande mar da história com o entusiasmo da nova evangelização.
Dirigente: Peçamos a Pier Giorgio para interceder por nós, para que os nossos olhos sejam dignos de elevar-se mais alto para última salvação – junto com a Virgem Maria, para a qual nos voltamos com aquelas mesmas palavras que ele usava, sendo um jovem universitário.
[Pier Giorgio escreveu e pregou na porta do seu quarto estes versos do “Paraíso” de Dante, nas quais São Bernardo intercede junto à Virgem para que seja concedida a graça de ver Deus]
Todos:
(recite-se este texto lentamente para favorecer a meditação)
“Ó Virgem Mãe, filha do Filho teu,
humilde e mais sublime criatura,
pedra angular do desígnio do Céu;
tu foste aquela que a humana Natura
assim enobreceu, que o seu Feitor
não desdenhou de assumir sua figura.
Reacende-se no ventre do teu Amor,
por cujo alento, na eterna bonança,
germinou aqui esta divina Flor.
Raio és que um Sol merídio lança
de caridade e, entre os mortais, na Terra,
és a perene fonte da esperança.
Tal é teu império que, por certo, erra
quem busca Graça, e a ti não recorre,
como a voar sem asas quem se aferra.
Não só a benignidade tua socorre
a quem a implora, mas, por tua vontade,
antes rogo, muita vez, já ocorre.
Em ti misericórdia, em ti piedade,
em ti grandeza; é em ti que se consuma
quanto haja uma criatura de bondade.
Ora, este que dá ínfima pra suma
situação do Universo olhando vem
vidas espirituais, de uma em uma,
a Graça pede a ti de que também
a virtude dos olhos seus levantes,
por subir à visão do Sumo Bem.
E eu que por minha vista nunca antes,
que ora por sua, mais ardi, toda prece
te oferto, e espero que sejam bastantes
pra que da névoa ele se desempece
da humanidade sua, rogo que guarde sãos, após tanta visão, os afetos seus.
Leitor: Da Encíclica de João Paulo II: Ecclesia de Eucharistia
Contemplar Cristo implica saber reconhecê-lo onde quer que ele se manifeste, nas suas múltiplas presenças, mas, sobretudo, no Sacramento vivo do Seu corpo e do Seu sangue.
PRIMEIRO MOMENTO:
Queremos ver a presença de Jesus na beleza das criaturas
Leitor:
Em 6 de agosto de 1923 Pier Giorgio escreveu a Marco Beltramo:
“Eu deixei meu coração sobre as montanhas com a esperança de reencontrá-lo neste verão, fazendo a escalada do Monte Branco. A cada dia que passa me apaixono mais e mais pelas montanhas, e gostaria, se meus estudos me permitissem, de passar dias inteiros sobre as montanhas a contemplar, naquele ar puro, a Grandeza do Criador”.
Dirigente: Não era segredo pra ninguém que Pier Giorgio tinha no coração o “desejo da luz do sol, de ir sempre mais Para o Alto, de ir encontrar Deus nos cumes das montanhas”. Percebemos um mistério em Frassati como se ele estivesse recebendo olhares do céu, como se ele aprendesse a viver uma pureza através dos montes não contaminados cheios de neve, como se retirasse uma força corajosa das rochas montanhesas. Não é segredo que na criação se esconde o rosto invisível e maravilhoso do Criador. Entretanto, permanece ainda um mistério a ser meditado na imensidão das estrelas e na sabedoria dos astros, no eterno revezamento das estações, no dom de um Deus que nasce no mundo para fazer com que o homem possa se encontrar com o Seu olhar de amor.
Leitor:
Do testemunho de Carlos Amodei, companheiro de excursões de Pier Giorgio:
“Falava como um apóstolo da suprema beleza sobre a subida que fazia nas montanhas. Uma noite, no albergue em Turim, quando saí para o pátio, nos chegou aos olhos a luz da lua que estava grande sobre o Monte Branco ao fundo. Naquele sublime espetáculo que estava diante de nós, somente ele soube recordar da Grandeza do Senhor, Criador do céu e da terra para quem Pier Giorgio costumava dirigir os cantos do seu entusiasmo”.
Cântico das criaturas de São Francisco de Assis
Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
Teus são o louvor, a glória, a honra
E toda a benção
Só a ti Altíssimo são devidos;
E homem algum é digno
De te mencionar
Louvado sejas, meu Senhor,
Com todas as tuas criaturas,
Especialmente o Senhor irmão Sol,
Que clareia o dia
E com sua luz nos alumia.
E ele é belo e radiante
Com grande esplendor.
De ti, Altíssimo, é a imagem
Cantar refrão de “Louvado Seja”
Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Lua e as Estrelas,
Que no céu formastes claras
E preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Vento,
Pelo ar, ou nublado
Ou sereno, e todo o tempo,
Pelo qual às tuas criaturas dás sustento
Cantar refrão de “Louvado Seja”
Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Água,
Que é mui útil e humilde
E preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Fogo.
Pelo qual iluminas a noite.
E ele é belo e alegre
E vigoroso e forte.
Cantar refrão de “Louvado Seja”
Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa mãe Terra,
Que nos sustenta e governa
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelos que perdoam por teu amor,
E suportam as enfermidades e tribulações.
Bem Aventurados os que sustentam a Paz,
Que por ti, Altíssimo, serão coroados.
Cantar refrão de “Louvado Seja”
Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.
Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
Conforme à tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!
Louvai e bendizei a meu Senhor,
E dai-lhe graças,
e servi-o com grande humildade.
Oração silenciosa de adoração:
(Que possamos exprimir com simplicidade a nossa gratidão ao Senhor por tudo aquilo que foi criado! Pedindo-Lhe que nos dê o mesmo entusiasmo com o qual Pier Giorgio ajudava aos fracos e aos cansados a vencer seus obstáculos, comparando esse esporte praticado por ele à nossa ascensão espiritual: “Quanto mais alto nós formos, mais sentiremos a voz de Cristo”)
Dirigente: Do alto se pode admirar a beleza da criação e a grandeza do seu Criador. Do alto, todas as coisas aparecem distintas, porque estão sendo observadas de uma nova perspectiva, mais próxima da Verdade. Assim, se invertem muitos das coisas que julgamos como importantes e fazem parecer grande e infinito aquilo que antes parecia ser pequeno e inútil. Pier Giorgio, o homem das oito bem-aventuranças, foi visto olhando o mundo por esta perspectiva:
Leitura do Evangelho de Mateus:
“Ao ver as multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se, e seus discípulos aproximaram-se dele. E, tomando a palavra, ele os ensinava:
“Bem Aventurado os pobres de coração: deles é o Reino dos Céus.
Bem Aventurados os mansos: seu quinhão será a terra.
Bem Aventurados os que choram: eles serão consolados.
Bem Aventurados os que têm fome e sede de justiça: eles serão saciados.
Bem Aventurados os misericordiosos: eles alcançarão misericórdia.
Bem Aventurados os puros de coração: eles verão a Deus.
Bem Aventurados os que agem em prol da paz: eles serão chamados filhos de Deus.
Bem Aventurados os perseguidos por causa da justiça: deles é o Reino dos céus.
Bem Aventurados sois vós quando vos insultam, vos perseguem e mentindo dizem contra voz toda a espécie de mal por minha causa. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque grande é a vossa recompensa nos céus “.”.
Canto “Sobre as asas da águia” ou o salmo 18 recitado
“Os céus narram a glória de Deus,
O firmamento proclama a obra de suas mãos.
O dia transmite a mensagem ao dia,
E a noite a faz conhecer à noite.
Não é o discurso, não há palavras,
Não se lhes ouve a voz.
Sua harmonia se estende sobre a terra,
E sua linguagem, até as extremidades do mundo.
Lá, Deus armou uma tenda para o sol,
Qual jovem esposo saindo do seu quarto,
Um campeão feliz por trilhar seu percurso.
Ele surge de uma extremidade do céu,
E desce da outra,
Nada escapa ao seu calor”.
SEGUNDO MOMENTO:
Queremos ver Jesus nos pobres
Da mensagem de João Paulo II para a XIX Jornada Mundial da Juventude
Caros amigos, se vocês aprenderem a descobrir Jesus na Eucaristia, vocês também saberão descobri-Lo nos vossos irmãos e irmãs e, em particular, nos mais pobres. A Eucaristia recebida com amor e adorada com fervor torna-se escola de liberdade e de caridade para realizar o mandamento do amor. Jesus nos fala a maravilhosa linguagem do Seu dom e do amor até o sacrifício da própria vida. É um discurso fácil? Não!
Dirigente:
A um amigo que perguntava como ele fazia para entrar em nos cortiços fétidos, Pier Giorgio respondia:
“Recorde-se que você está indo em direção de Cristo: Jesus não disse: ‘cada vez que fizerem estas coisas a um só desses meus pequeninos irmãos, o terão feito a mim’? Em torno do doente, do miserável, em torno do desfavorecido, eu posso ver uma luz particular, uma luz que não temos em nós”.
É pobre aquele que não tem bens materiais, mas também é pobre aquele que não consegue ver além das aparências, quem não entende, quem não ama.Nenhum tipo de pobreza escapa aos olhos de Pier Giorgio. Ela sabia reconhecer a pobreza com precisão porque podia ver o brilho da luz de Jesus. Por isso ele chegava a dizer:
“Jesus me visita todas as manhãs na comunhão e eu o restituo do modo miserável que eu posso: visitando os pobres”.
SILÊNCIO
Todos: “Ambicionai os dons melhores! E eu vou indicar-vos um caminho infinitamente superior”.
Todos: A caridade é paciente
Leitor: Depois de uma cansativa excursão, enquanto os outros amigos mortos pelo cansaço descansavam, Pier Giorgio pôs-se a engraxar suas botas de alpinista: uma tarefa que sabia fazer muito bem. Pouco a pouco, seus pés ficaram amontoados com as botas de seus amigos. Pier Giorgio recebeu, com estrondosa alegria, todo par de botinas que lhe caía aos pés. Cantando, engraxou todas elas.
(Opcional)
Todos os meses Pier Giorgio levava à Igreja Nossa Senhora da Paz, os assistidos da conferencia Vicentina para se confessarem e, no dia seguinte, os levava novamente para comungarem. Dizia em voz alta todas as orações do rito. Era comovente ver aquele jovem sendo seguido por famílias inteiras (Dom João Barberis).
Todos: A caridade é bondosa
Leitor: O porteiro do Instituto Social ficou profundamente comovido pela delicadeza de Pier Giorgio que em uma manhã lhe disse: “Amanhã é aniversário da morte de seu filho: eu me recordarei dele na Comunhão”.
Todos: A caridade não tem inveja
Leitor: Escreve Pier Giorgio ao seu amigo Marco Beltramo:
“Eu devo agradecer a Deus todos os dias porque me deu amigos tão bons que formam para mim uma direção preciosa por toda minha vida”.
Todos: A caridade não é orgulhosa
Leitor: Nós nos dirigíamos juntos para visitar os leprosos do Hospital de São Lázaro. Um dia, encontramos um rapaz de vinte anos com o rosto deformado pela lepra […]Pier Giorgio disse-me: “Veja que grande valor poder viver com saúde como nós vivemos”. E, depois de um tempo, completou: “Também as deformações daquele jovem desaparecerão quando em alguns anos ele alcançar o Paraíso. Por isso, nossa saúde deve estar a serviço de quem não a tem, pois, de outra forma, nós seríamos infiéis ao mesmo dom de Deus e à Sua benevolência”.
Todos: A caridade não é arrogante
Leitor: Uma noite Pier Giorgio voltou para casa muito tarde, por ter ficado junto com um de seus doentes. Seu pai criticou-o severamente, perguntando-lhe porque não tinha telefonado para avisar sobre a demora… Ele respondeu com grande simplicidade: “Onde eu estava não havia telefone”.
Todos: A caridade não falta com respeito
Leitor: Antonio Cairola recorda sobre as férias que passou com os amigos e Pier Giorgio:
“Uma dia eu cheguei muito tarde no quarto e tentei, em vão, não fazer barulho para que ele não acordasse. Depois que me desculpei, ele me disse: “Você fez muito bem. Eu esqueci-me de rezar o Rosário: vamos rezar juntos”. Descendo da cama, ajoelhou-se no chão e nos colocamos a rezar. Não pude lhe negar o convite, já que estava admirado por sua extrema delicadeza de apóstolo, pela sua cortesia no falar, por ele estar seguro de que eu rezaria um segundo Rosário.
Todos: A caridade não procura o próprio interesse
Leitor: Conta uma assistente do Politécnico onde Pier Giorgio estudava:
“Eu era rígida com os estudantes e concedia licença das atividades só por razões graves. Uma vez, a razão que Pier Giorgio me alegou para obter licença foi de precisar fazer uma mudança urgente para uma de suas numerosas famílias que tinha sido despejada. Não pude resistir ao seu pedido”.
Todos: A caridade não irrita
Leitor: “Durante o congresso do Partido Popular de Turim em 1923 […] enquanto estava em vibrante discussão com dom Sturzo, vi Pier Giorgio trabalhando com afinco entre o palco e a platéia, distribuindo aos manifestantes daquela movimentada reunião vespertina, convites coloridos para que todos se dirigissem à Adoração Noturna na Igreja de Santa Maria de Piazza. Aquela noite serena e sublime em tantas discussões políticas pareceu-me realmente celestial” (Mons. G. Cavallo).
Todos: A caridade não guarda rancor
Leitor: Comentou Pier Giorgio, sem ressentimento, quando viu um companheiro de universidade que passeava pelas ruas de Turim todo bem vestido, a quem havia emprestado dinheiro para que ele comprasse livros:
“Olhe ali as minhas mil liras que foram para o espaço!”
Todos: A caridade não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade
Leitor: Recorda Jacinto Zaqueu, um conhecido de Pier Giorgio :
“A injustiça o fazia rugir de indignação, e quem viveu o período do nosso movimento operário, sabe que Pier Giorgio sempre estava presente às nossas reuniões e encontros, em que nós defendíamos os nossos direitos de operário. Ele sempre dizia palavras fraternas e afetuosas com paixão apostólica. Para nós operários, ele era um irmão”.
Todos: A caridade jamais acabará
Leitor: ”Era sexta feira, dia de sua visita aos pobres da conferência vicentina. Da cama, onde a morte lhe deixaria ficar apenas mais 24 horas, Pier Giorgio estava imobilizado pela poliomelite. Mas recordou – se dos seus pobres: pediu à sua irmã para retirar dos bolsos de sua jaqueta alguns objetos para que fossem entregues ao amigo que deveria lhe acompanhar. Com a letra frágil e trêmula, como a sua vida estava naquele momento, escreveu estas duas linhas: “Aqui estão as injeções de Converso. O seguro é de Sappa: eu tinha me esquecido. Renove-as na minha conta “. Foi sua última preocupação: os pobres.
Oração Silenciosa de Adoração:
(Que possamos exprimir ao Senhor, o nosso pedido de perdão por todas as vezes que não lhe retribuímos na pessoa do pobre, no sofredor, a visita que Ele vem nos fazer na Eucaristia).
Dirigente:
Da mensagem de João Paulo II para a XIX Jornada Mundial da Juventude
[…] “Porque amar não é somente um sentimento; é um ato de vontade que consiste no preferir, de maneira constante, o bem dos outros ao invés do próprio: ‘Ninguém tem um amor maior do que este: dar a vida pelos próprios amigos’ (Jo 15,13) […] Não fiquem surpresos de, durante o vosso caminho, encontrarem a Cruz”.
Leitor: Pier Giorgio escreve a Isidoro Bonini, seu amigo, depois de ter renunciado a qualquer tentativa de namoro com Laura, a quem amava profundamente:
“Eu deixei de ficar batendo na mesma tecla dessa situação tão amarga… Eu estive nas montanhas com ela tantas vezes… Nas minhas lutas internas me perguntava: porque eu deveria estar triste? Eu deveria sofrer e suportar de má vontade este sacrifício? Será que eu talvez tenha perdido a fé? Não, graças a Deus, a minha Fé é suficientemente firme. Por isso, aprofundemos e reforcemos a Fé, que é a nossa única Alegria com a qual alguém pode ser pago neste mundo.
Todo sacrifício vale pela Fé: e mesmo porque, como católicos, nós temos um amor que supera todos os outros. Depois daquele amor que é devido a Deus, esse amor humano é imensamente belo, como é bela a nossa religião… A caridade sem a qual, diz São Paulo, nenhuma outra virtude é valida.
A Caridade sim pode ser uma guia, uma orientação para toda a vida. E por isso, o meu projeto de vida está nisto: transformar aquela simpatia natural que eu tinha por Laura e que não foi possível levar até o fim, com a luz da Caridade, num respeitoso vínculo da intensa amizade cristã. Talvez você poderá me dizer que é loucura superar isso, mas se você rezar um pouco por mim, em pouco tempo eu chegarei ao meu objetivo.
Aqui está o meu projeto de vida, que eu espero alcançar com a Graça de Deus, mesmo que me custe o sacrifício da vida terrena, mas isso pouco importa” (6 de março de 1925).
Dirigente: De toda a cruz, um dom infinito, de todo sofrimento um milagre de amor. Peçamos ao Senhor a confiança e a força com a qual Pier Giorgio, no sofrimento, podia afirmar como nesta carta a Isidoro Bonini:
“Nessa luta de hoje, eu não posso deixar de agradecer a Deus que, na Sua Misericórdia Infinita, quis conceder ao meu coração esta dor a fim de que através dos árduos espinhos eu retornasse a uma vida mais interiorizada e mais espiritual. Até agora eu estava muito fixado em coisas materiais. Agora eu preciso retemperar o espírito para que a cada dia, de hoje em diante, seja uma nova batalha para combater e uma nova vitória para conquistar” (6 de março de 1925).
Maravilhados, Redescobriremos os frutos infinitos de todos os sacrifícios, do valor inestimável de toda cruz levada com coragem junto a Jesus.
Leitor: Da Encíclica de João Paulo II: Ecclesia de Eucharistia
O Senhor Jesus, na noite em que foi traído instituiu o Sacrifício eucarístico do Seu corpo e do Seu sangue (I Cor 11,23). As palavras do apóstolo Paulo nos contam a circunstância dramática na qual nasce a Eucaristia. A Eucaristia traz em Si indelevelmente a inscrição da paixão e da morte do Senhor. Não é só a evocação, mas a representação sacramental. É o sacrifício da Cruz que se perpetua nos séculos.
Canto
TERCEIRO MOMENTO
Queremos ver Jesus no Sacramento vivo do seu corpo e do seu sangue
Dirigente: Aquela Luz particular que Pier Giorgio consegue ver de longe nos pobres é oculta e misteriosa. Mas como Pier Giorgio, pode reconhecê-la quem já contemplou essa Luz em um esplendor mais intenso durante as noites de adoração: na alva luz da Eucaristia o coração puro de Pier Giorgio soube reconhecer o rosto de Cristo.
Leitor: Do discurso de Pier Giorgio aos jovens da cidade de Pollone:
“Eu os exorto, com todas as forças, a se aproximarem, o máximo possível, do Banquete Eucarístico: alimentem-se do Pão dos Anjos e obtenham deste Pão a força para combater as lutas contra as paixões e contra todas as adversidades, porque Jesus Cristo prometeu, àqueles que se alimentam da Santíssima Eucaristia, a Vida Eterna e as Graças necessárias para obtê-la. E quando estiverem totalmente consumados do fogo Eucarístico, então vocês poderão agradecer conscientemente ao Senhor Deus, que os chamou a fazer parte do grupo de seus eleitos e, assim, gozarão daquela paz, que os que se consideram felizes pelo mundo nunca provaram. Isto porque a verdadeira felicidade, ou juventude, não consiste nos prazeres do mundo e nas coisas terrenas, mas na paz de consciência que se obtém somente quando se é puro de coração e de mente”.
Oração em silêncio.
Leitor: “Não era necessário se voltar durante a adoração para saber que Pier Giorgio estava entrando na igreja: ele tinha um jeito de andar todo seu. Caminhava direto até o Santíssimo Sacramento que estava exposto e, depois, se colocava de joelhos, permanecendo ali por um período de três Ave Marias antes de ir até seu banco”.
Todos: Dá-nos, Senhor, a força do Testemunho, o fervor da Fé, a ternura pela Sua presença, o entusiasmo pelo Seu amor.
Kyrie Eleison (Cantado)
Leitor: Do testemunho de Dom Tomás Castanho:
“Recordo-me bem de Pier Giorgio na catedral de Turim, durante uma noite de adoração: estava ajoelhado sobre o pavimento, cercado de outros jovens que iam e retornavam da comunhão. A cera derretida caía dos candelabros sobre sua roupa e parecia que não estava lhe acontecendo nada, de tão concentrado que estava, absorto na oração. Então, eu compreendi o que era a comunhão para ele, a vida Eucarística”.
Todos: Daí-nos, Senhor, um olhar límpido para contemplar a beleza do Seu rosto, a vontade firme de penetrar no seu mistério, um coração livre dos pesos do pecado para nos deixar arrebatar pelo cândido esplendor da Sua Eucaristia.
Kyrie Eleison (Cantado)
Leitor: “Durante algumas vigílias eucarísticas o rosto de Pier Giorgio se transfigurava de alegria e consolação ao ver centenas de jovens se aproximando da comunhão”.
Todos: Dai-nos Senhor, um coração sempre atento às necessidades dos outros e concede-nos amizades e afetos fundamentados sobre aquele “vínculo que não conhece limites terrenos nem limites temporais: a união na oração”.
Kyrie Eleison (cantado)
Oração Silenciosa de Adoração
Que possamos exprimir com simplicidade o nosso amor pelo Senhor, pedindo-lhe que nos faça reviver a Graça que ele concedeu a Pier Giorgio durante as suas adorações, das quais os testemunhos afirmam: “Que rapaz são, firme, de cor de bronze, de olhos límpidos como água pura, ao Banquete da Vida ficava com beleza impressionante” […] todas as lembranças são incapazes de traduzir aquilo que acontecia nele e aquilo que se manifestava em seu aspecto físico. Parecia transfigurado, participador intimo da divindade e de suas forças infinitas, da sua eternidade como de seu amor”.
QUARTO MOMENTO
Queremos ver Jesus e contemplar seu rosto no Paraíso
Dirigente: Jesus responde ao nosso pedido de vê-lo, de encontrá-lo, mas nos adverte: a estrada que conduz a ele é semelhante a um grão de trigo…
Responde Pier Giorgio a uma amiga enfermeira que, brincando, lhe pedia uma recompensa por ter lhe medicado o dedo ferido por ajudar uma companheira quando subiam a montanha:
“Façamos assim: o primeiro que chegar ao Céu ajudará o outro a chegar lá também”.
É uma promessa que ressoa daquela montanha para todo o mundo e que daquele instante em diante se alarga para toda a eternidade. É uma promessa que Pier Giorgio faz, sorrindo, a todos os seus amigos e que nós pedimos para que ele renove sempre, para nós e para todos os jovens que deixaram este mundo, mas não podem ainda abrir seus olhares para a Beleza que não tem fim:
Oração:
Leitor: Se nós não conhecemos a estrada, Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se muitas vezes abandonamos o caminho…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se por superficialidade não buscamos com a nossa vida aquilo que é essencial tudo…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se não levantamos nunca o olhar porque não queremos acender em nós o desejo de nos colocar no caminho do Céu…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se nos faltam as forças necessárias para superar as passagens mais difíceis…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se nós temos forças, mas preferimos utilizá-las para voltar atrás,…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se não nos firmamos nunca porque não nos nutrimos do Pão da vida eterna…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se não matamos a nossa sede na fonte de oração…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Quando somos egoístas…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor:Quando não sabemos ser amigos uns dos outros…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a Ir Para o Alto.
Leitor: Quando não somos capazes de ser testemunhas da alegria…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor:Quando não sabemos contemplar a beleza dos dons que recebemos…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Quando não sabemos oferecer nossa vida pelos outros…
Todos: Pier Giorgio, ajudai- nos a ir Para o Alto.
Leitor: Quando não sabemos amar…
Todos: Pier Giorgio,ajudai-nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se temos cometido muitos pecados…
Todos: Pier Giorgio, ajudai-nos a ir Para o Alto.
Leitor: Se nós perdemos a esperança…
Todos: Pier Giorgio, ajudai-nos a ir Para o Alto.
Leitor: Pelas almas que não souberam utilizar seu tempo terreno para conquistar o céu…
Todos: Pier Giorgio, ajudai-os a ir Para o Alto!
Oração Silenciosa de Adoração
(Que possamos exprimir ao Senhor a nossa esperança de poder afirmar, como Pier Giorgio: “o dia de minha morte será o mais belo de minha vida”).
Dirigente: Quem encontrou Pier Giorgio sabe que, no olhar, nos gestos e nas ações, ele trazia sempre consigo, em cada comentário de vida, um pedacinho de Céu… Pier Giorgio tinha nos olhos a expressão de quem via o Paraíso.
Leitor: Com estas palavras Pier Giorgio quer consolar Carlo Piccolo que vivia um momento de grande dificuldade:
“O amor que nós temos por pessoas humanas aqui sobre a terra não é nada mais que um simples reflexo do amor que teremos uns pelos outros no céu, quando estaremos todos revestidos do amor de Deus na visão do próprio Deus. A morte não é nada mais que uma passagem extremamente simples da vida para a Vida e não nos deve espantar nunca, em nenhum caso.”
Canto
Leitor: O pintor da casa dos Frassati conta:
“Uma semana antes da morte lhe disse: “Rapaz, onde você vai no domingo?” E ele me respondeu: “Vou fazer uma excursão para as montanhas”. Eu respondi: “Feliz você, rapaz, que aproveita a montanha, cheio de vida e saúde! O dinheiro nunca falta, automóvel à disposição, logo será engenheiro. O que você ainda iria querer?” Não havia terminado de falar estas palavras e ele me responde textualmente: “O senhor continua o mesmo doido de sempre… Mas, ao invés disso, se o senhor soubesse quanto amaria ter logo oitenta anos!” E por quê? Foi a minha pergunta. “Porque se tivesse oitenta anos morreria logo e iria logo Para o Céu!” E eu o questionei: “Como faria o seu grupo de amigos sem Robespierre*? Ele, então, me disse: “Eu atenderei todos eles no Céu”.
* (Robespierre era o apelido pelo qual Pier Giorgio era chamado pelos Tipi Loschi, o seu grupo de amigos íntimos).
Canto
Dirigente: E aquele pedacinho de Céu que Pier Giorgio costumava dar a todos enquanto estava em vida, levou-o consigo no dia de sua morte, mas só para poder vivê-lo na plenitude e poder doá-lo ao mundo como nos dá hoje nesse vigília.
Leitor: Clementina Luotto, dois dias depois da morte de Pier Giorgio, escreve ao amigo que tinham em comum, Marco Beltramo:
“Marco, é a primeira noite que Pier Giorgio está fora de casa… Ao menos a sua pessoa santa, que ontem eu tive a graça de contemplar em uma luz de beleza e de pureza indivisíveis. Não tenho com quem chorar, e penso em você que em tudo estava mais perto dele do que eu. Diante daquele leito – que me pareceu um altar – eu senti pela primeira vez – com uma emoção que nunca poderei exprimir – que a morte vem do Alto e que para Pier Giorgio foi uma assunção.
Quem poderá apagar da nossa lembrança o seu sorriso, e quem o poderá restituir?
Oh! Juventude maravilhosa que nascia dele e entorno dele e nos desarmava rapidamente, nos deixava tão alegres, tão dispostos a nos elevar, tão livres de qualquer apego mortal… Tão próximo de Deus, que ele parecia ter dentro de si! Quem nos dará outra vez esta alegria purificadora? Quem renovará, não somente sobre nossos olhos, mas em nós, o milagre da santidade alegre, despreocupada e delirante como as fontes alpinas, frescas e restauradoras?
Mas aquela tarde, Marco, a última tarde que nós ficamos juntos, ele já não estava bem. Naquele inverno, na sua roupa de montanha nova, parecia fundido no bronze. Pareceu-me que ele estava abatido, magro, cansado: eu pensei que eram os exames. No verão, porém, ele começava a se destacar de nós: “É pálido Frassati”. [E ele respondia] “Eu preciso de montanha!” Sim, ele precisava sair, para o Alto! E não conosco!
Resplandece a Lua que nós esperávamos ter por companhia durante nossa ascensão; e ele não está mais conosco.
E ele dá força aos seus pobres parentes para viver: dará a nós o amor ativo que devem possuir aqueles a quem concedeu o presente incomparável da sua amizade.
Iremos encontrá-lo juntos?
Eu recordo e choro sozinha, […] e não posso falar a ninguém da minha dor, porque me parece que iria profaná-lo. Somente Laura, Tina, você e Severi sabem o que éramos nós seis e qual era o gênero da nossa comunhão de espírito e de alegria que ele havia criado. Mas ele nos puxava e nós o seguíamos: será que nós saberemos caminhar, agora que estamos sozinhos à prova? Tentaremos, não é verdade? E nos ajudaremos. Por que, antes, Pier Giorgio me ajudará!
Perdoe-me querido Marco, e veja se tenho razão por chamá-lo de irmão. Este fulgor, que envolveu nossas almas tão profundamente, nos dá consciência clara dos nossos sentimentos e dos nossos deveres. Agarrem-nos à cruz e queiramos bem à sua memória, como se mais do que nunca ele estivesse junto a nós. Talvez veremos resplandecer o seu sorriso. Ó bondade, tu és luminosa e mais quente que o Sol, tu és eterna!”
Leitor: Pier Giorgio nos diz:
“Quando eu estudo, de vez em quando me pergunto: será que eu continuarei a procurar seguir o caminho bom? Terei força de preservar até o fim? Neste tremendo turbilhão de duvidas a Fé que eu recebi no Batismo me sugere com voz segura: por você mesmo não fará nada, mas se Deus estiver no centro de todas as suas ações, então sim, terá chegado até o fim; isso é justamente aquilo que quero fazer e assumir com a máxima seriedade a frase de Santo Agostinho: Senhor o nosso coração não está tranqüilo até que repouse em Ti” (A Isidoro Bonini, janeiro de 1925).
Dirigente: Unidos a Pier Giorgio pelo laço da amizade que rompe barreiras, que nos une aos diversos e milhares de amigos de todos os continentes imploremos ao Pai Celeste que a oração ensinada por Jesus possa se tornar realidade. Que possamos ser um só corpo e uma só alma. Rezemos:
Todos: Pai Nosso
Dirigente: Como Pier Giorgio ofereçamos a Nossa Senhora as flores do nosso coração, dos nossos sonhos, dos nossos ideais, do nosso futuro…, implorando desta nossa Mãe tão amada a graça de como peregrinos caminharmos ao encontro do Amor.
Todos: Ave Maria
Pier Giorgio, Roga por nós!
BENÇÃO EUCARÍSTICA
Canto Final