Bento XVI: 02/09/2007

VISITA PASTORAL
DO PAPA BENTO XVI
A LORETO
POR OCASIÃO DO ÁGORA
DOS JOVENS ITALIANOS

HOMILIA DO SANTO PADRE
NA CONCELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA
NA ESPLANADA DE MONTORSO

Queridos amigos, o caminho da humildade não é portanto a vereda da renúncia, mas sim da coragem. Não é o êxito de uma derrota, mas o resultado de uma vitória do amor sobre o egoísmo e da graça sobre o pecado. Seguindo Cristo e imitando Maria, devemos ter a coragem da humildade; temos de confiar-nos humildemente ao Senhor, porque só deste modo poderemos tornar-nos instrumentos dóceis nas suas mãos, permitindo-lhe fazer em nós grandes coisas. O Senhor realizou maravilhas em Maria e nos Santos! Penso, por exemplo, em Francisco de Assis e em Catarina de Sena, Padroeiros da Itália. Penso também em jovens esplêndidos, como Santa Gema Galgani, São Gabriel dell’Addolorata, São Luís Gonzaga, São Domingos Sávio, Santa Maria Goretti, que nasceu não distante daqui, e nos Beatos Piergiorgio Frassati e Alberto Marvelli. E penso inclusive nos numerosos rapazes e moças que pertencem à plêiade dos Santos “anónimos”, mas que para Deus não são anónimos. Para Ele, cada pessoa individualmente é única, com o seu nome e o seu rosto. Todos nós, e vós bem o sabeis, somos chamados a ser santos!

Domingo, 2 de Setembro de 2007

Bento XVI: 04/07/2007

PAPA APRESENTA EXEMPLO DE PIERGIORGIO FRASSATI, ESTUDANTE E ESPORTISTA

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 4 de julho de 2007 – Bento XVI apresentou nesta quarta-feira o modelo de vida do beato Piergiorgio Frassati, jovem estudante e esportista falecido aos 24 anos.

Ao final da audiência geral, o Papa dirigiu uma breve saudação aos jovens, aos enfermos e aos recém-casados para apresentar-lhes esse beato italiano da Ação Católica, que viveu entre o ano 1901 e 1925, cuja memória litúrgica se celebrava neste dia.

«Que seu exemplo vos dê forças, queridos jovens, para testemunhar o Evangelho em toda circunstância da vida», disse o Santo Padre.

«Que vos ajude, queridos enfermos, a oferecer vossos sofrimentos cotidianos para que se realize no mundo a civilização do amor», acrescentou.

«Que vos apóie, queridos recém-casados — alguns levavam a roupa de casamento — a construir vossa família sobre a sólida base da íntima união com Deus.»

Piergiorgio era filho de Alfredo Frassati, fundador e diretor do jornal «La Stampa», ainda hoje um dos jornais mais importantes da Itália.

Para estar próximo dos mineiros, o jovem rapaz decidiu estudar engenharia de minas no Politécnico de Turim.

Apaixonado pela montanha, fazia de suas excursões uma oportunidade de apostolado e oração em comum. Pouco antes de obter o diploma de engenheiro, teve poliomielite. Morreu, após uma semana de sofrimentos, em 4 de julho de 1925.

João Paulo II, que se inspirou em seu exemplo durante sua juventude, como ele mesmo revelaria depois, beatificou Piergiorgio Frassati em 20 de maio de 1990.

Fonte: ZENIT.org

João Paulo II: 04/07/2001

PAPA JOÃO PAULO II
AUDIÊNCIA

Hoje celebramos a memória litúrgica do Beato Piergiorgio Frassati. O tenaz exemplo de fidelidade a Cristo, oferecido por este jovem Beato vos revigore, queridos rapazes e queridas jovens, no generoso propósito de dar testemunho do Evangelho em cada circunstância da vida. O Beato Piergiorgio Frassati vos ajude, estimados doentes, a oferecer os vossos sofrimentos quotidianos em comunhão com toda a Igreja, para que no mundo se realize a civilização do amor; e vos sustente, dilectos novos casais, na edificação da vossa família sobre o sólido fundamento da união íntima com Deus.

Quarta-feira 4 de julho de 2001

João Paulo II: 22/12/2000

Placa recordando a visita do papa João Paulo II ao cemitério de Pollone

PAPA JOÃO PAULO II

Nestes dias de Advento e no mistério do Natal sobressai a imagem silenciosa de Maria, Virgem fiel e Mãe cheia de carinhos. Nestes dias vós quisestes pensar n’Ela, ao oferecer-me um dom como recordação deste nosso encontro. Obrigado por me haverdes dado uma característica imagem de “Maria, Mãe dos Jovens”. Seja Ela, a Senhora, a acompanhar-vos e proteger-vos neste vosso itinerário espiritual e comunitário. Inspirai-vos n’Ela que, como insígnia do Concílio Vaticano II, é o modelo incomparável e perfeito da vida e da missão da Igreja, é a mãe que gera os cristãos e os conduz à perfeição da caridade (cf. Lumen gentium, 63-65).
Maria ajudar-vos-á a ser apóstolos de paz e a atingir o cume da santidade, como aconteceu a não poucos dos vossos coetâneos que vos precederam. Apraz-me aqui recordar, de modo singular, o beato Piergiorgio Frassati, um verdadeiro atleta de Deus, morto aos vinte e quatro anos, depois de uma vida de amor e de fé. Ele escrevia numa sua carta: “Com o amor semeia-se nos homens a paz, mas não a paz do mundo, a verdadeira paz que só a fé em Jesus Cristo pode dar”. Eis a paz que vós quereis e deveis construir sempre e em toda a parte.

22 de Dezembro de 2000

João Paulo II: 04/12/2000

JOÃO PAULO II
AUDIÊNCIA GERAL

Ao Fórum internacional da Acção Católica

Saúdo em primeiro lugar a vós, caríssimos Irmãos e Irmãs do Fórum internacional da Acção Católica, congregados nestes dias em assembleia aqui em Roma. Saúdo os Bispos presentes e os Presidentes nacionais congregados para a Assembleia. Dirijo um pensamento especial a D. Agostino Superbo, a quem agradeço as amáveis palavras que há pouco me dirigiu, fazendo-se intérprete dos sentimentos também dos demais participantes.

A vossa presença hoje aqui deseja ser um sinal de renovada fidelidade à Igreja e um compromisso a retomar com entusiasmo sempre maior o caminho da nova evangelização. A Acção Católica, assim como qualquer outro Grupo, Associação e Movimento eclesial, é chamada a ser uma autêntica escola de perfeição cristã. Ou seja, é chamada a ser aquele “laboratório da fé” que, como eu dizia aos jovens participantes na inesquecível Vigília de Oração em Tor Vergata, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, contribui para formar verdadeiros discípulos e apóstolos do Senhor. Caríssimos, continuai a aprofundar a vossa busca de Deus. Tende sempre a alma aberta para as grandes expectativas e desafios apostólicos do nosso tempo. Crescei num autêntico espírito eclesial, alimentado pelo estudo dos Documentos conciliares, cujo ensinamento permanece sempre muito actual. Sede fiéis às directrizes operativas que tive a ocasião de traçar na Exortação Apostólica pós-sinodal Christifideles laici. Assim, sereis uma riqueza cada vez maior para toda a Igreja a caminho do terceiro milénio cristão.

3. Remontando às fontes do Concílio Vaticano II, conseguireis captar com maior clareza as notas características da vossa Associação, de maneira particular a sua eclesialidade, secularidade e organicidade, na constante colaboração com os respectivos Pastores. Estas são as características essenciais que definem o rosto da Acção Católica, não obstante as diversificadas siglas e denominações, em inúmeras partes do mundo.

Se às vezes o passo das Comunidades em que trabalhais vos parece lento ou cansativo, não vos desencorajeis mas, pelo contrário, redobrai o vosso amor e esforço a fim de que, com a vossa santidade de vida e o vosso impulso apostólico, a imagem da Igreja seja cada vez mais esplêndida.

Nesta missão de humildes servidores da unidade do povo de Deus, inspirai-vos constantemente nos exemplos e ensinamentos dos Santos e dos Beatos que se formaram no âmbito da vossa Associação: penso de maneira especial nos Santos mártires mexicanos, nos Beatos Pier Giorgio Frassati, em Gianna Beretta Molla, em Pierina Morosini, em Antonia Mesina e ainda na Irmã Grabriela da Unidade.

Acompanhe-vos e proteja-vos Maria, a Virgem Imaculada, de quem, de forma muito especial, vos honrais, invocando-a como Mãe e Rainha da Acção Católica.

4 de Dezembro de 2000

PAPA JOÃO PAULO II

João Paulo II: 17/10/1999

JOÃO PAULO II
ANGELUS

O “Sino da Paz”
Acolho com afecto os “Meninos albaneses embaixadores de paz”, com os missionários e os educadores, e é-me grato benzer o “Sino da Paz”, realizado com os cartuxos recolhidos na região albanesa da Zadrima, e que será colocado na praça central de Tirana no dia 1 de Janeiro de 2000.
Saúdo, além disso, os membros da associação “Giovane Montagna”, os quais, no espírito do Beato Pier Giorgio Frassati, percorreram a pé um antigo “caminho dos peregrinos”, desde os Alpes até Roma.

Domingo, 17 de Outubro de 1999

PAPA JOÃO PAULO II

João Paulo II: 27/05/1999

MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II
AO ASSISTENTE-GERAL
DA ACÇÃO CATÓLICA ITALIANA

Ao venerado Irmão D. AGOSTINO SUPERBO
Assistente-Geral da Acção Católica Italiana

1. Por ocasião da VII Assembleia nacional do Movimento Eclesial de Compromisso Cultural (MEIC), que terá lugar em Assis nos próximos dias 28-30 de Maio, desejo transmitir-lhe, venerado Irmão, bem como ao Assistente Central, Mons. Pino Scabini, ao Presidente Nacional, Prof. Lorenzo Caselli, e aos demais participantes a minha afável e cordial saudação, juntamente com as expressões do meu apreço e encorajamento.
Com este importante encontro o MEIC – que na nova denominação reúne a benemérita tradição dos «Laureados católicos» e os ideais jamais esquecidos dos seus fundadores, o então D. Giovanni Battista Montini, sucessivamente Papa Paulo VI, de veneranda memória, e o Prof. Igino Righetti – interroga-se acerca do modo como exercer no limiar do novo Milénio e em continuidade com a sua história, uma responsabilidade cultural assumida como vocação de «caridade de inteligência».
A incessante aceleração dos ritmos da história, a crise das culturas, os desafios apresentados por algumas escolas de pensamento e por uma mentalidade que ignora cada vez mais a antropologia cristã exigem um renovado anúncio do Evangelho que, como recordava o meu venerado predecessor Paulo VI, consiste fundamentalmente em inserir a Palavra de Deus no círculo do debate humano (cf. Ecclesiam suam, AAS 56 [1964], pág. 664). A nova evangelização, urgente tarefa da Igreja contemporânea, compromete o MEIC no cuidado pela cultura, a fim de que esta seja vivificada pelo fermento do Evangelho, através da via do respeito da inteligência e da competência na investigação da verdade; do cultivo dos vários campos do saber, à luz da Revelação estudada com paixão; de uma participação incondicional nos propósitos essenciais da Igreja, em plena comunhão com os Pastores; do diálogo paciente e persuadido, em atitude de cordial abertura a cada um dos interlocutores. Este compromisso, que pode contar com a promissora presença dos jovens e a rica experiência de quantos desde há muito tempo fazem parte desta Associação, tem em vista em primeiro lugar suscitar a consciência de que são «pedras vivas» de um edifício espiritual maior, onde se podem saborear os frutos de reconciliação e de paz que o próximo ano jubilar celebra e, num certo sentido, antecipa (cf. 1 Pd 2, 5).
2. Na oportuna busca de novas abordagens culturais para melhor enfrentar os desafios do presente, é necessário que se conserve inalterada a finalidade da vossa Associação que, como tive ocasião de dizer no encontro de 16 de Janeiro de 1982, consiste em «pensar e promover a cultura em estreita conexão com a fé que professais, actuando uma verdadeira síntese entre a fé e a cultura. Esta é a vossa missão específica, à qual jamais vos podeis subtrair como homens de cultura ou como crentes, uma vez que tal síntese é exigência tanto da cultura como da fé» (Insegnamenti V/1, pp. 129-130).
Consequentemente, deve-se cultivar com particular cuidado o carácter eclesial laical que, além de qualificar a presença do MEIC nos modernos areópagos culturais e profissionais, garante a sua identidade de movimento de pessoas amadurecidas na fé, co-responsáveis pela obra de evangelização, em união de intenções com outras experiências eclesiais, especialmente com a Acção Católica Italiana. Quanto a isto, muito beneficiará o Movimento o assíduo contributo dos Assistentes eclesiásticos, sinal do ligame com o Bispo e o Magistério da Igreja.
Os propósitos e a identidade do MEIC encontrarão num estilo de vida arraigado no Evangelho e experimentado na investigação científica e no serviço aos irmãos, a mais excelsa garantia de autenticidade e a capacidade de valorizar o passado para se abrir corajosamente ao futuro.
Ao realizarem a sua precípua vocação, os membros do MEIC serão orientados e estimulados por inumeráveis testemunhas fiéis a Deus e ao homem, algumas das quais foram elevadas às honras dos altares: de São José Moscati aos Beatos Contardo Ferrini e Piergiorgio Frassati, do Servo de Deus Paulo VI a José Lazzari, Vico Necchi, Itália Mela, Vitório Bachelet e aos numerosos homens e mulheres que assumiram com seriedade este imperativo: «Assim como Aquele que vos chamou é santo, sede também vós santos em todas as vossas acções, pois está escrito: “Sereis santos porque Eu sou santo”» (1 Pd 1, 15-16).
3. Por conseguinte, o tema da VII Assembleia nacional, «Testemunho do Evangelho e estilos de vida. A responsabilidade do MEIC» adquire uma singular característica de actualidade.
Diante dos limites e dos riscos de uma complexidade fragmentada, de um eclipse da razão crítica, de uma crescen-te separação entre fé e razão, é necessário despender contínuos esforços de análise e de síntese do contributo, paciente e às vezes difícil, que o crente deve oferecer ao mundo da cultura. Este exige o conhecimento dos multíplices estilos de vida presentes no contexto actual, o contacto real com a sociedade e o confronto com os vários ambientes, culturas e situações. Esta tarefa deve ser assumida por pessoas que, não só a nível individual mas coralmente, tenham a capacidade de meditar, discernir e criar uma sintonia entre os diversificados pólos culturais, ajudando a cultura leiga a situar-se naquele horizonte genuíno que consente ao homem a suprema realização de si mesmo (cf. Fides et ratio, 107)
Interpretar as exigências da sociedade italiana, assumir as problemáticas mais radicais que inquietam as consciências e ao mesmo tempo apelam ao mistério de Deus, empenhar-se em criar o paciente equilíbrio que requer a «compenetração da cidade terrena e da cidade celeste», concebida na fé e destinada a consolidar a mesma vida civil, tornando-a mais humana (cf. Gaudium et spes, 40): eis a contribuição do MEIC para o Projecto cultural orientado em sentido cristão, promovido pela Igreja que está na Itália!
Para servir de maneira cada vez mais incisiva a Igreja e a cidade do homem, o MEIC é chamado a enriquecer a sua diaconia à verdade com as características da criatividade e do esforço de permanecer sempre na perspectiva sapiencial que leva à nascente vivificante: o Senhor Jesus, de quem promanam a verdade e a graça (cf. Jo 1, 17).
Desta forma, as Igrejas locais e a mesma Comunidade nacional poderão receber um significativo contributo em vista da promoção de uma nova cultura aberta aos grandes valores humanos e cristãos.
4. Formulo votos por que esta Assembleia constitua para o MEIC um momento de renovada fidelidade, de profícua investigação e de corajosa projectação, e que nesta perspectiva o iminente Grande Jubileu do Ano Santo 2000 seja para todos os seus aderentes uma ocasião para encontrar Cristo e, n’Ele, «o verdadeiro critério para avaliar a realidade temporal e qualquer projecto que procure tornar a vida do homem cada vez mais humana» (Incarnationis mysterium, 1).
Com estes bons votos, enquanto invoco a materna intercessão da Virgem Sede da Sabedoria, que ensina a interpretar a história à luz do amor sempre novo do Pai, de coração concedo-lhe, venerado Irmão, bem como aos Representantes do MEIC, aos participantes na Assembleia e ao inteiro Movimento a implorada Bênção Apostólica, portadora da luz e da benevolência divinas.

Vaticano, 27 de Maio de 1999.

PAPA JOÃO PAULO II

João Paulo II: 20/05/1990 (A beatificação)

Pier Giorgio Frassati, ajuda-nos a viver a esperança de um mundo melhor!

Toda a igreja viveu momentos de festa, na manhã de domingo 20 de maio, quando foi elevado às honras do altar, como novo Beato, um dos seus filhos proposto como modelo de vida cristã a todos os crentes mas, de modo especial, aos jovens. Trata-se da vida simples extraordinária de Pier Giorgio Frassati, reconhecida oficialmente pela Igreja com o solene rito de Beatificação, presidido por João Paulo II durante a concelebração eucarística na Praça de São Pedro.
O pedido oficial de Beatificação e a síntese biográfica do Servo de Deus, foram apresentados pelo Arcebispo de Turin, D. Giovanni Saldarini. Em seguida, o Santo Padre pronunciou a fórmula ritual de Beatificação, fixando o dia 04 de julho para o culto do Beato Frassati. Tendo sido descerrado o painel, colocado na fachada da Basílica Vaticana que representava o jovem Frassati como um alpinista, toda a assembléia aclamou este novo modelo de vida cristã. Foi então cantado o “Glória” e teve prosseguimento a Santa Missa.
Encontravam-se presentes na cerimônia o Excelentíssimo Presidente da República Italiana, acompanhado de outras autoridades do Governo, principalmente as que se sentem ligadas à Ação Católica, na qual Frassati se empenhou com tanto entusiasmo; alguns membros da família do novo Beato, entre os quais sua irmã, a senhora Luciana Frassati Gawronska que foi a grande promotora da causa da beatificação; vários Cardeais, Arcebispos e Bispos da Cúria Romana e das regiões do Piemonte, terra natal do novo Beato; os Membros do corpo Diplomático junto a Santa Sé; grande número de sacerdotes, religiosos e leigos, diretamente empenhados nos movimentos e organizações de apostolado leigo.
Após a leitura do Evangelho, o Santo Padre pronunciou a seguinte homilia:

“Eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro consolador… o Espírito da Verdade” (Jô 14,16).

No tempo pascal, à medida que nos aproximamos do Pentecostes, estas palavras tornam-se cada vez mais atuais.

Elas foram pronunciadas no Cenáculo por Jesus, na vigília da Paixão, enquanto se despedia dos Apóstolos. A sua partida – a partida do amado Mestre mediante a morte e a ressurreição – abre o caminho para outro consolador (Jo 16,7). Virá o Paráclito: virá graças precisamente à morte redentora de Cristo, que torna possível e inaugura a nova presença misericordiosa de Deus entre os homens.

O Espírito da Verdade, que o mundo não vê nem conhece, faz-se, porém, conhecer pelos apóstolos, “Porque há de habitar com eles e atuará neles” (Jo 14,17). E disto, no dia de Pentecostes, todos se tornarão testemunhas.

O pentecostes, todavia, é apenas início, porque o Espírito da Verdade vem para permanecer com a Igreja para sempre (Jo 14,16), no incessante renovar-se das gerações futuras. E então não só aos homens do seu tempo, mas a todos nós e aos nossos contemporâneos se dirigem as palavras do Apóstolo Pedro:
“Venerai Cristo Senhor nos vossos corações e estai sempre prontos a responder, a todo aquele que vos perguntar a razão da vossa esperança” (! Ped. 3,15).
No nosso século, Píer Giorgio Frassati, a quem em nome da Igreja eu tive a alegria de proclamar Beato, encarnou na própria vida estas palavras de São Pedro. O poder do Espírito da Verdade, unido à Cristo, tornou-o moderna testemunha da esperança, que provém do Evangelho, e da graça de salvação operante no coração do homem.
Deste modo, ele tornou-se a testemunha viva e o defensor corajoso desta esperança, em nome dos jovens cristãos do século XX.

A fé e a caridade, verdadeiras forças motrizes da sua existência, tornaram-no ativo e operoso no ambiente em que viveu, na família e na escola, na universidade e na sociedade; transformaram-no em alegre entusiasta apóstolo de Cristo, em apaixonado seguidor da sua mensagem e da sua caridade.

O segredo de seu zelo apostólico e de sua santidade deve ser buscado no itinerário ascético e espiritual por ele percorrido; na oração, na adoração perseverante, também noturna, do Santíssimo Sacramento, na sua sede da Palavra de Deus, perscrutada nos textos bíblicos; há serena aceitação das dificuldades da vida, mesmo familiares; na castidade vivida com disciplina alegre e sem comprometimentos; na predileção cotidiana pelo silêncio e pela “normalidade” da existência.
É precisamente nestes fatores que nos é dado descobrir a fonte profunda da sua vitalidade espiritual.

Com efeito, é por meio da Eucaristia que Cristo comunica o seu Espírito; é mediante a escuta de sua palavra que cresce a disponibilidade a acolher os outros, e é também través do abandono orante na vontade de Deus que amadurecem as grandes decisões da vida. Só adorando a Deus presente no próprio coração, o batizado pode responder àquele que lhe perguntar a razão da sua esperança. E o jovem Frassati sabe-o, experimenta-o, vive-o . Na sua existência fé funda-se com a caridade; sólido na fé e operante na caridade, porque a fé sem obras é morta (Tg. 2,20).

Certamente, a um olhar superficial, o estilo de Pier Giorgio, um jovem moderno cheio de vida, não apresenta grandes coisas extraordinárias. Mas precisamente esta é a originalidade das suas virtudes, que convida a refletir e impele à imitação.

Nele, a fé e os acontecimentos cotidianos fundem-se de maneira harmoniosa, tanto que a adesão ao Evangelho se traduz em atenção amorosa aos pobres e aos necessitados, num crescendo contínuo até aos últimos dias da doença que o levará à morte. O gosto do belo e da arte, a paixão pelo desporto e pela montanha, e a atenção aos problemas da sociedade não lhe impedem a relação constante com o absoluto.

Toda imersa no mistério de Deus e toda dedicada ao constante serviço ao próximo: Assim se pode resumira sua jornada terrena.

A sua vocação de leigo cristão realizava-se nos seus múltiplos empenhos associativos e políticos, numa sociedade em agitação, indiferente e às vezes hostil à Igreja. Com este espírito, Píer Giorgio soube dar impulso aos vários movimentos católicos, aos quais aderiu com entusiasmo, mas, sobretudo à Ação Católica, e também à FUCI, na qual encontrou verdadeiro treinamento de formação cristã e campos propícios para o seu apostolado. Na ação Católica ele viveu a vocação cristã, com alegria e orgulho e empenhou-se em amar Jesus e em divisar nele os irmãos que encontrava pelo caminho ou buscava nos lugares de sofrimento, da marginalização e do abandono, para fazer com que eles sentissem o calor da sua solidariedade humana e o conforto sobrenatural da sua fé em Cristo. Morreu jovem, ao término duma existência breve, mas, extraordinariamente rica de frutos espirituais, encaminhando-se para a verdadeira pátria a cantar os louvores a Deus.

A celebração de hoje convida todos nós a acolhermos a mensagem, que este jovem transmite aos homens do nosso tempo, sobretudo a vós, jovens, desejosos de oferecer um concreto tributo de renovação espiritual a este nosso mundo, que às vezes parece desagregar-se e definhar-se por falta de ideais.

Ele proclama, com o seu exemplo, que é bem aventurada a vida conduzida no Espírito de Cristo, Espírito das Bem-aventuranças, e que só aquele que se torna homem das Bem-aventuranças consegue comunicar aos irmãos o amor e a paz. Ele repete que verdadeiramente vale a pena sacrificar tudo para servir o senhor. Testemunha que a santidade é possível a todos e que só a revolução da caridade pode acender no coração dos homens a esperança de um futuro melhor.

Sim, quão magníficas são as obras do Senhor… “Aclamai ao Senhor toda a terra” Sl 65/66, 1-3).

Os versículos do Salmo, que ressoam na liturgia deste domingo, são como um eco vivo da alma do jovem Frassati. Sabe-se, de fato, quanto ele tenha amado o mundo criado por Deus!

“Vinde e vede as gestas de Deus” (Sl 65/66,5): também este é um convite que se recolhe da sua jovem alma e, de modo particular, se dirige aos jovens.
Admirável é Deus de suas Ações entre os homens. Admirável o seu agir em favor dos homens! É preciso que os olhos humanos – olhos jovens sensíveis – saibam admirar as obras de Deus, no mundo exterior e visível. É preciso que os olhos da alma saibam voltar-se deste mundo exterior e visível, para o mundo interior e invisível; e assim possam manifestar ao homem aquelas dimensões do espírito, nas quais se reflete a luz do verbo que ilumina todo o homem (Jo 1,9).

Nesta luz o espírito da verdade.

Eis o homem interior! E assim nos aparece Pier Giorgio Frassati. De fato, toda a sai vida parece resumir as palavras de Cristo, que encontramos no Evangelho de João: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; meu pai amá-lo-á e viremos a ele e faremos nele morada” (Jo 14,23).

Ele é o homem interior amado pelo Pai, porque muito amou!

Ele é também o homem do nosso século, homem moderno, o homem que tanto amou!

Porventura, não é o amor a coisa mais necessária ao nosso século XX, tanto no seu início como no seu fim? Porventura, não é verdadeiro que só permanece, sem nunca perder a sua validade: o fato de que amou?
Ele partiu jovem deste mundo, mas deixou um sinal no século inteiro, e não apenas neste nosso século. Ele partiu deste mundo, mas no poder pascal do seu batismo, pode repetir a todos, de modo particular às jovens gerações de hoje e de amanhã: “Vós ver-meeis, porque eu vivo e vós vivereis”(Jô 14,19). Estas palavras foram pronunciadas por Jesus Cristo, enquanto se despedida dos Apóstolos, antes de enfrentar a paixão. É-me grato reconhece-las dos lábios mesmos do novo Beato, como persuasivo convite a viver de Cristo, em Cristo. E é convite válido ainda agora, válido também hoje, sobretudo para os jovens de hoje. Válido para todos nós. Convite que nos foi deixado por Pier Giorgio Frassati.

* A beatificação ocorreu no dia 20 de maio de 1990, na praça São Pedro.

Uma Novena no Ano de São Paulo

Uma Novena no Ano de São Paulo

Relembrando o Beato Pier Giorgio Frassati

No seu 108º aniversário

Começa na sexta-feira do dia 28 de Março e termina no dia 4 de abril de 2009

Preparado pelo padre Thomas Rosica, C.S.B.

Salt and Light Catholic Television Network in Canada

Caro amigo,

Há uma falta de paz no mundo, que o tem distanciado de Deus, mas também há a falta de Caridade, que, isto é verdade, é o perfeito Amor. Talvez se todos nós escutássemos mais São Paulo as misérias humanas poderiam ser diminuídas.

Pier Giorgio

Trecho da carta escrita ao amigo, Marco Beltramo

15 de janeiro de 1925

Introdução

Beato Pier Giorgio Frassati: um seguidor do coração de São Paulo.

O que havia de tão único e especial no Beato Pier Giorgio Frassati? Ele nasceu em 1901, no começo do século passado em Turim, na Itália. O dia 4 de julho de 2008 marcou o 83 aniversário da entrada de Pier Giorgio Frassati na vida eterna. O dia 6 de abril de 2009 seria o seu 108 aniversário! Atlético, cheio de vida, sempre rodeado de amigos, a quem inspirava com sua vida, Pier Giorgio não escolheu o sacerdócio, preferindo dar testemunho do Evangelho como leigo. Ele nunca fundou uma ordem religiosa ou iniciou um novo movimento eclesial. Nunca liderou exércitos e nunca foi eleito para algum cargo público.

A morte veio mesmo antes que ele pudesse terminar a faculdade (a graduação veio-lhe postumamente, em 2001). Ele nunca teve chance de começar uma carreira; de fato, ele nem mesmo havia trabalhado para ter certeza de qual poderia ser a sua vocação para a vida. Ele foi simplesmente um jovem homem que era apaixonado pela sua família e pelos seus amigos, apaixonado pelas montanhas e pelo mar, mas, especialmente, apaixonado por Deus.

Durante a Jornada Mundial da Juventude, Pier Giorgio se tornou um especial patrono para os milhões de jovens ao redor do mundo. No último verão, na catedral de Sidney, os jovens do mundo inteiro aproximaram-se, em oração, do caixão mortuário que continha o corpo do Beato Pier Giorgio. Vamos considerar 3 expoentes da vida desse jovem Beato, cuja vida combinou, de um jeito notável, ativismo político, solidariedade, trabalho por justiça social, piedade e devoção, humanidade e bondade, santidade e ordinariedade, fé e vida.

1)  A vida de devoção de Pier Giorgio e o amor pela Eucaristia.

Pier Giorgio Frassati desenvolveu uma profunda vida espiritual; vida essa que ele nunca hesitou em partilhar com seus amigos. Seus amigos recordavam-se dele dizendo: “Viver sem uma fé, sem um patrimônio para defender, sem sustentar uma luta contínua pela verdade, não é viver, mas fingir que se vive”.

A Eucaristia e Nossa Senhora foram os dois polos da sua vida de oração. Ele sentiu uma forte e misteriosa necessidade de se aproximar do Santíssimo Sacramento. Ele seguiu o Senhor Sacramentado nas procissões, integrou entusiasmadamente Congressos Eucarísticos, mas, acima de tudo, ele amava passar longas horas em adoração noturna. Sua alegria era ainda maior quando ele conseguia trazer para diante do Santíssimo Sacramento seus amigos, os jovens que conhecia, os pobres, a quem dispensava tantos cuidados.

Sua vida espiritual, como a nossa, era baseada nos sacramentos. Ele, porém, ia muito além de simples “bater cartão” com os preceitos religiosos: na Missa Dominical, nas confissões obrigatórias antes do Natal e/ou da Páscoa e, talvez, as pequenas penitências de quaresma, como renunciar a doces, por exemplo. Sua vida de oração era a Comunhão diária, assim como seria para qualquer um que deseja ser santo. Ele foi um atleta e sabia muito bem o que precisava fazer para alcançar um objetivo – sabia que precisava disciplinar-se  a si mesmo por meio da vida quotidiana para tornar-se um campeão.

“…Eu vos recomendo, com toda a força da minha alma, para que se aproximem da Mesa Eucarística sempre que puderem. Alimentem-se desse Pão dos Anjos, de onde tirarão a força para lutar as batalhas internas, para combater as paixões e adversidades, porque Jesus Cristo prometeu àqueles que se alimentam com a Sagrada Eucaristia a Vida Eterna e as graças necessárias para obtê-la.

E quando tiverem se consumido totalmente por esse Fogo Eucarístico, então serão capazes de agradecer com maior consciência ao Senhor Deus, que vos tem chamado para ser parte de seu povo. Assim sentirão a paz que aqueles que são felizes segundo o mundo nunca experimentaram.

Porque a verdadeira felicidade, meus amigos jovens, não consiste nos prazeres do mundo e na antecipação das coisas, mas na paz de consciência, que só se tem quando se é puro no coração e na mente.”

Discurso de Pier Giorgio na ocasião da benção da bandeira, da qual era padrinho,da Juventude Católica de Pollone 29 de julho de 1923

Essas palavras demonstram a extraordinária maturidade espiritual e o amor pela Eucaristia, especialmente considerando o fato de que tais jovens – a quem Frassati dirigiu o discurso acima – estavam procurando por ele quando tinha apenas 22 anos de idade.

(2) O respeito de Pier Giorgio pela vida e o senso de justiça:

Na sua própria vida e na sua época, Pier Giorgio lidou com algumas das nossas questões contemporâneas. Seu amor por Deus e seu tremendo senso de solidariedade humana o mantinha entrelaçado aos pobres, aos necessitados, aos doentes, aos famintos, aos sem-teto. Frassati tinha um grande respeito pela vida humana: durante toda sua vida, do começo ao fim. Ele sempre lutou pela vida onde quer que ela esteja sendo desrespeitada e ameaçada.

Com 17 anos, em 1918, ele passou a fazer parte da Sociedade São Vicente de Paula e dedicou muito de seu tempo extra para servir aos doentes e necessitados, cuidando dos órfãos, assistindo aos desempregados inválidos que voltavam da I Grande Guerra. Com o pouco que tinha, Pier Giorgio ajudava os pobres, usando, inclusive, o seu dinheiro do bonde para caridade, precisando muitas vezes correr para não se atrasar para hora da refeição.  Os pobres e sofredores foram seus mestres e ele foi literalmente seu servo, o que considerava um privilégio. Freqüentemente ele sacrificava as férias na casa de verão dos Frassati, em Pollone, porque, como dizia, “Se todos deixam Turim, quem vai cuidar dos pobres?”

Pier Giorgio amava os pobres. Não era somente uma questão de dar algo para os solitários, pobres, doentes, mas, ao contrário, dar ele mesmo ao próximo. Ele via Jesus neles e, a um amigo que lhe perguntou se ele podia suportar entrar em lugares sujos e fétidos onde os pobres viviam, ele respondeu: “Lembre-se sempre que é a Jesus que você vai: eu vejo uma luz especial nos doentes, pobres, desafortunados, que nós não temos.

Num discurso aos membros da “Juventude Católica” de Pollone, Pedro Jorge exortou seus colegas com estas palavras:

“O Apostolo São Paulo diz, “A Caridade de Cristo precisa de nós”, e sem esse fogo, que vagarosamente destrói nossa personalidade, de maneira que nosso coração passa a bater apenas para o sofrimento do próximo, não poderiam ser Cristão, muito menos Católico. Por fim, há o apostolado da persuasão. Esse é um dos mais bonitos e necessários. Meus amigos aproximem-se dos seus colegas no trabalho que vive distante da Igreja e usam seu tempo livre em vícios, na em passa-tempos saudáveis. Convençam-nos esses desafortunados a seguirem os caminhos de Deus, cheio de espinhos, mas também com muitas rosas. Se não considerarmos esses dons como os mais elevados e se não tivermos o espírito de sacrifício, não seremos bons Católicos. Temos que sacrificar tudo por tudo, realmente a nossa vida inteira vida pela fé.”

Escondido por trás da figura exterior de um jovem sorridente e descontraído havia a maravilhosa vida mística. O amor por Jesus motivava suas ações.

3)  O sofrimento e a morte de Pier Giorgio.

Um pouco antes de receber seu diploma universitário de engenheiro minerário, Pier Giorgio contraiu poliomielite, doença que os médicos demoraram a diagnosticar. Sua doença não foi compreendida. Seus pais, que estavam totalmente envolvidos com a agonia, morte e enterro de sua avó, nem mesmo suspeitaram que Pier Giorgio estivesse paralisado. Dois dias antes do fim da agonia de Pier Giorgio, sua mãe ainda o criticou por não receber sua ajuda nos momentos que precisava dele.

Nem mesmo naqueles desesperados dias finais Pier Giorgio esqueceu seus amigos mais próximos, os pobres. Enquanto estava no seu leito de morte ele quis o seu material de assistência usual lhe fosse trazido. Era sexta-feira, o dia que visitava os pobres. Em 3 de julho de 1925, um dia antes de sua morte, com suas mãos já paralisadas pela doença, Pier Giorgio pediu à irmã Luciana para pegar o pequeno pacote na sua jaqueta e, com as mãos trêmulas, ele escreveu o seguinte bilhete a Grimaldi: “Aqui estão as injeções para Converso. A apólice é de Zapa. Eu havia me esquecido: renove-a na minha conta”.

Nós sabemos que Pier Giorgio desejava tanto ver Jesus que costumava dizer: “O dia da minha morte será o mais belo da minha vida”. O sacrifício de Pier Giorgio foi consumado às 19 horas de 4 de julho de 1925.  Seu funeral foi um triunfo. As ruas de Turim foram preenchidas com filas e filas de uma multidão de desconhecidos para sua família: sacerdotes e estudantes, e os pobres e necessitados a quem ele havia servido sem egoísmo por 7 anos.

Deus deu a Pier Giorgio todos os atributos externos que poderiam conduzi-lo a decisões ruins: uma família rica, uma aparência bela, maturidade, saúde, o único herdeiro de uma família poderosa. Pier Giorgio, porém, ouviu ao convite de Cristo: Vinde e segui-me”. Ele antecipou, por ao menos 50 anos, o entendimento da Igreja e a nova direção na vida laical.

Na beatificação de Frassati, na Praça de São Pedro no dia 20 de maio de 1990, o papa João Paulo II descreveu Pier Giorgio como o “Homem das oito Bem-aventuranças” e disse em sua homilia:

“Pelo seu exemplo, Pier Giorgio proclamou que a vida vivida no Espírito de Cristo, o Espírito das Bem-Aventuranças, é abençoada e que apenas a pessoa que se torna bem-aventurada pode conseguir transmitir o amor e paz aos demais. Ele repete que é realmente válido renunciar a tudo para servir a Deus. Ele testemunha que a santidade é possível a todos e que apenas a revolução da caridade pode incendiar a esperança de um futuro melhor no coração das pessoas… Ele deixou este mundo muito jovem, mas ele marcou profundamente nosso século inteiro, e não apenas nosso próprio século”.

Oração de abertura (para todos os nove dias):

Senhor, nosso Deus, vós escolhestes o Apóstolo Paulo para nos trazer a Boa Nova da salvação.

Preencha toda a terra com a Fé que ele levou a tantos povos e nações; possa a sua Igreja continuar a crescer.

Vós também chamastes um jovem alpinista de Turim, Pier Giorgio Frassati, para viver as Bem-aventuranças e para viver alegremente o Evangelho da Graça e da Caridade no seu dia-a-dia.

Pela intercessão de São Paulo e pelo exemplo de Pier Giorgio Frassati, ajude-nos a iluminar o mundo com o fogo da fé, da esperança e da caridade. Nós vos pedimos pelo Nosso Senhor Jesus Cristo, que convosco vive e Reina com o Espírito Santo. Amém.

Ao final de cada dia, leia este texto da Carta de São Paulo aos Romanos10: 9-18 e medite sobre a vida do Beato Pier Giorgio Frassati.

Questione a si mesmo: “Como eu ouço a Palavra de Deus?

Como a testemunho para o mundo com minha vida? A quem o Senhor me envia?

Como eles podem ouvir sem ninguém para pregar?

Como os pregadores podem pregar a não ser que sejam enviados?

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 10:9-18

“Se, com tua boca, confessas que Jesus é o Senhor e se, em teu coração, crês que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Com efeito, crer no próprio coração conduz à justiça, e confessor com a própria boca conduz à salvação. Pois a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido. Assim, não há diferença entre judeu e grego: todos tem o mesmo Senhor, rico para com todos os que o invocam. Com efeito, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

Ora, como o invocariam sem terem crido nele? E como creriam nele, sem o terem ouvido? E como o ouviriam, se ninguém o proclama? E como proclamá-lo, sem ser enviado? Por isso está escrito: Como são belos os pés daqueles que anunciam boas novas! Mas nem todos obedeceram ao Evangelho. Isaías diz, com efeito: Senhor, quem acreditou em nossa pregação? Assim a fé vem da pregação, e a pregação é o anúncio da palavra de Cristo. Eu pergunto então: Não teriam eles ouvido? Como não? “Por toda terra ressoou a sua voz, e a suas palavras, até as extremidades do mundo”.

Leitura das Escrituras para cada dia, seguidas de uma ação concreta.

Dia 1: Para os descrentes: ITm 2:1-6

Ação: Reze três dezenas do rosário para os que não acreditam em Deus.

Dia 2: Por nossos irmãos e irmãs Judeus: Rm 1:16-17

Ação: Memorize seu Salmo favortio.

Dia 3: Pela Unidade dos Cristão: Fl 2:1-4

Ação: Leia cuidadosamente o Capítulo 13 da I Carta de São Paulo aos Coríntios.

Dia 4: Àqueles que abandonaram a prática da Fé: Hb 10:19-25

Ação: Escreva uma carta para um parente ou amigo que abandonou a fé.

Dia 5: Pela libertação dos dependentes químicos: Gl 5:13-26

Ação: Procure se comunicar com alguém que esteja tentando libertar-se do vício.

Dia 6: Pelos nossos entes queridos falecidos que partiram na Fé: ITs 4:13-18

Ação: Leia uma das mensagens de João Paulo II nas Jornadas Mundiais da Juventude.

Dia 7: Pelo Espírito de Humanitarismo: 1Tm 6:11-19

Ação:Um ato de gentileza para com o seu próximo.:

Dia 8: Pela perseverança nos tempos de tribulação: Rm: 8:28-39

Ação: Aproximar-se de alguém que esteja enfrentando dificuldades ou em estado de ansiedade.

Dia 9: Para um maior Amor pela Eucaristia: 1Cor 11:23-29

Ação: receber a Santa Comunhão pedindo a Pier Giorgio a conversão da sua alma.

Faça as seguintes intercessões:

Beato Pier Giorgio, ajude-nos a fazer o nosso melhor para os corações simples, atenciosos às necessidades dos outros, e a fundamentar nossas amizades num pacto que não conhece fronteiras físicas nem limites temporais: a união na oração. Se não soubermos o caminho ou mesmo se nós abandonamos freqüentemente nossas metas, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Se, por sermos superficiais, não colocamos nas nossas mochilas tudo o que necessitamos para a escalada da vida; se nós nunca levantamos nossos olhares para a meta, porque não queremos levar a sérios os passos necessários para tomar a decisão certa, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Se nos falta força para ultrapassar as piores dificuldades, e, mesmo quando temos força, mas preferimos usá-la para mudar de direção, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Se nunca paramos para alimentarmo-nos do Pão da Vida Eterna, e se quando não satisfazemos nossa sede nas fontes da oração, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Quando não sabemos como contemplar os dons que recebemos e quando nós não sabemos como oferecer nós mesmos aos outros, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Se nós temos cometido muitos pecados, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Se nós perdemos a esperança, mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu!

Obrigado, Beato Pier Giorgio, por ter escutado as palavras de Jesus e feito delas as suas próprias palavras. Esteja conosco nessa grande expedição ao céu. Rogai por nós, Pier Giorgio Frassati. Mostre-nos o caminho “Verso L’Alto”, a direção do Céu! Ensine-nos como ser santos para a Igreja e para o mundo!

Concluir com a oração do Pai Nosso e as palavras de São Paulo:

Efésios capitulo 3 versiculos 14-21

SUPLICA PARA COMPREENDER O AMOR DE JESUS CRISTO

Por esta causa dobro os joelhos em presença do PAI,ao qual deve a sua existência toda familia no céu e na terra,para que vos conceda,segundo seu glorioso tesouro,que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior.Que CRISTO habite pela Fé em vossos

corações,arraigados e consolidados na caridade,a fim de que possais,com todos os cristãos,compreender qual seja a largura,o comprimento,a altura e a profundidade,isto é,conhecer a caridade de CRISTO,que desafia todo conhecimento,e sejais cheios de toda plenitude de DEUS.

Aquele que,pela virtude que opera em nós pode fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou entendemos,a ele seja dada glória na igreja,e em CRISTO JESUS,por todas as gerações de eternidade.

Pier Giorgio sobre São Paulo

Querido amigo,

…como Católicos, nós temos um amor que transcende todos os outros amores e, ao qual, depois do amor devido a Deus, é imensamente belo – assim como nossa religião é bela. Esse amor tem por advogado o Apóstolo, que o pregou diariamente em todas suas cartas para os vários fiéis. Esse amor é a caridade, sem a qual, diz São Paulo, todas as outras virtudes são inválidas. A Caridade realmente pode servir de guia e direção por toda nossa vida, como um programa completo. Esse programa, com a Graça de Deus, deve ser nosso objetivo. À primeira vista viver a Caridade pode nos chocar porque, apesar de ser um belo plano, é verdadeiramente difícil, cheio de espinhos e sem muitas rosas; mas nós confiamos na Divina Providencia e na Sua Misericórdia.

-De uma carta do beato Pier Giorgio ao amigo Isidoro Bonini –  06  março 1925

Tradução: Rafael Tanigucci

Excerto da Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis – Bento XVI

CONCLUSÃO

94. Queridos irmãos e irmãs, a Eucaristia é a raiz de toda forma de santidade, e cada um de nós é chamado à plenitude da vida no Espírito Santo. Quantos santos têm avançado no caminho da perfeição, graças à sua devoção eucarística! A partir de Santo Inácio de Antioquia a Santo Agostinho, de Santo António Abade de São Bento, de São Francisco de Assis de Santo Thomas Aquino, de Santa Clara de Assis a Santa Catarina de Siena, de São Pascoal Baylon de São Pedro Julian Eymard, de Santo Afonso de Ligório ao Beato Charles de Foucauld, de São João Maria Vianney de Santa Teresa de Lisieux, de São Pio de Pietrelcina à beata Teresa de Calcutá, a partir do beato Píer Giorgio Frassati a beata Ivan Mertz, para mencionar apenas alguns, tem encontrado sua santidade no sacramento da Eucaristia “.

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