Frassati, o «santo» polêmico Pier Giorgio foi um modelo de caridade silenciosa ou de militância política? Frassati, o «santo» polêmico entre Comunhão e Iibertação e Ação Católica, Pier Giorgio Frassati: Após a beatificação todos o descobrem à sua própria maneira. Descobrem-no à sua própria maneira, sobretudo as associações católicas nas quais o jovem estudante militou, indicando uma nova forma de fazer ativismo, concebido com forte antecipação sobre a dinâmica social, como «serviço». E é precisamente esta noção de serviço, repetido até a banalização de toda tribuna secular e menos secular, que têm chegado mesmo a confundir hoje, algumas idéias e muitas consciências. Descobrem-no por subtração, no sentido de que cada um se apossa da parte mais próxima ao Pier Giorgio Frassati, sem chegar a imaginá-lo como síntese significativa para todos. Então, qual modelo? O espiritual, da caridade silenciosa ou da militância política? Comunhão e Libertação enfatizando no compromisso espiritual e eclesial. Don Primo Soldi, líder em Turim do movimento, mostra a assiduidade respeito aos sacramentos e «o amor ardente de Cristo e da Igreja e uma afeição pelo Papa» exaltando uma maneira de viver e uma ideologia dirigida para «os jovens que irão construir a Europa do terceiro milênio»: a ideologia (ou o ideal) que se opõe ao materialismo. («Mantende a coragem de procurar a verdade e o sentido da vida para além dos limites que o materialismo, quer como ideologia, quer como prática de uma vida consumista, deseja impor»: mensagem do Santo Padre João Paulo II em Praga). Giampiero Leo, cujo guia espiritual é Dom Soldi, considera a Frassati como a referência na qual o político deve se inspirar. Recorda que Pier Giorgio «integralmente católico» também estava inscrito no Partido Popular: «Um compromisso cristão autêntico é o único caminho que pode levar à restauração da vida política». A descoberta de um Pier Giorgio Frassati que faz política, que não se submete aos compromissos, é outro motivo de reflexão assim como de surpresa. Beppe Gero, encarregado da “S. Vicente” de Turim diz: «O que pode nos ensinar Frassati? A profunda interioridade do seu ser cristão; e também o desapego das coisas, do dinheiro. Se não aprendermos a partilhar nos tornariamos loucos. E finalmente a sua participação nos assuntos públicos, na política. Nós como S. Vicente, mesmo fazendo um grande trabalho, temos medo de fazer-nos conhecer; a nossa respeitabilidade, em geral, nos proíbe de adotarmos uma postura e não haveria muitas coisas a dizer claramente. «Nesse sentido, Frassati pode nos ajudar a termos mais coragem» E a Acção Católica? Davide Fiammengo presidente diocesano, expressa o seguinte: «Frassati traz também em primeiro plano, o valor da laicidade: tornou-se santo mesmo através da sua laicidade. Vale a pena notar também o testemunho deste jovem na vida pública: tem nos ensinado que devemos nos esforçar por servir, não por anseio de poder. «Um belo exemplo para aqueles que mexem na política». E Stefano Vanzini que na Acção Católica é encarregado regional dos rapazes: «Um jovem, um laico, um santo: um referente para aqueles que como nós, pensam em construírem uma sociedade diversa, trabalhando em torno de projetos concretos». Há uma esperança indubitável além das declarações, resumida assim: que o exemplo de Pier Giorgio Frassati estimule uma reflexão especialmente na juventude de Turim. A solenidade e a propagação do evento, a proliferação de iniciativas para fazer conhecer a vida e virtudes do jovem estudante laico e santo que têm como objetivo não primordial, mas tampouco recôndito, o renascimento dessas associações que eram o sal da Igreja. A Acção Católica tem três mil ativistas (dos quais 1700 são adultos), mas está presente em apenas cerca de oitenta paróquias de 376 que tem a Diocese. A S. Vicente começa a ver jovens nos próprios grupos. («Eu contei 93, parece pouco, mas antes não havia nenhum» diz Gero). Comunhão e Libertação é sem dúvidas, o movimento mais ativo. Giampiero Leo que conhece o planeta-jovem por experiência como assessor do “Comune” é otimista: «Finalmente têm descoberto o fenômeno associativo. Não o político que recusam. Também os católicos estão se comprometendo com propostas fortes de compromisso civil e cultural. É muito respeito ao pouco de antes, mas para cobrir as necessidades da sociedade de Turim faria falta multiplicar por mil: Estamos longe de um acabamento perfeito. Pier Paolo Benedetto Pier Giorgio Frassati será também a ocasião de relançamento para as associações juvenis católicas? »
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(23.05.1990) La Stampa – numero 117
Dr Alejandro Carvajal -San José -Costa Rica